Uma a cada dez mortes no Brasil está ligada ao consumo de ultraprocessados, diz Fiocruz 5361k
Análise calculou também prejuízos econômicos provocados pela má alimentação 5z74x

Um estudo da Fiocruz revelou que 10% dos óbitos no Brasil estão relacionados ao consumo de ultraprocessados, como refrigerantes e biscoitos recheados, gerando 57 mil mortes anuais e um impacto econômico de R$ 10,4 bilhões. Esses produtos, ricos em sal, açúcar e gorduras saturadas, contribuem para doenças como obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão, que custam R$ 933,5 milhões anuais ao SUS. Além disso, há perdas previdenciárias e absenteísmo, que somam R$ 263,2 milhões, e um prejuízo de R$ 9,2 bilhões em razão de mortes precoces de pessoas em idade produtiva.
A pesquisa analisou dados do SUS, do IBGE e da Pesquisa Nacional de Saúde, considerando prevalências de 2017 a 2019. Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul, Amapá, Distrito Federal e Paraná registraram índices de mortes superiores à média nacional, devido a fatores como maior densidade populacional, renda e desertos alimentares. Mulheres apresentaram maiores taxas de hospitalização e uso de medicamentos, enquanto os homens representaram os maiores custos com perdas de vidas, alcançando R$ 6,6 bilhões contra R$ 2,6 bilhões das mulheres.
A análise foi encomendada pela ACT Promoção da Saúde para alertar sobre os impactos à saúde e à economia gerados por esses alimentos. Os custos associados ao consumo de ultraprocessados ultraam, por exemplo, o dobro do orçamento anual do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Os pesquisadores destacam que os números podem ser ainda maiores, caso outras doenças relacionadas a esses alimentos sejam incluídas em futuras análises.