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Grupo investiga a presença de microplásticos em camarões no litoral de São Paulo 6j3l1q

Projeto analisa tanto os riscos ecológicos dessa poluição quanto os possíveis impactos para a saúde humana 31n6u

Por Agência FAPESP Atualizado em 22 jan 2025, 08h17 - Publicado em 22 jan 2025, 08h17

Estudo de campo conduzido no campus de Bauru da Universidade Estadual Paulista (Unesp) investiga o acúmulo de microplásticos em grandes crustáceos, especificamente nos camarões-de-sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri). O objetivo é avaliar tanto os riscos ecológicos dessa poluição quanto os possíveis impactos para a saúde humana, considerando a ingestão desses animais pela população.

Apoiada pela FAPESP no âmbito do Programa BIOTA , a pesquisa está sendo realizada em duas regiões com características ambientais bastante contrastantes: a Baixada Santista, que abrange áreas industriais, portuárias e pesqueiras com grande impacto ambiental; e Cananéia, uma região de menor intervenção humana e mais preservada, no litoral sul de São Paulo.

Os dados preliminares são preocupantes: a presença de microplásticos foi observada no trato gastrointestinal de algo entre 80% e 90% dos camarões avaliados até o momento.

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Embora a quantidade de partículas varie entre os locais, o fato de que a contaminação está presente em uma porcentagem tão alta dos animais levanta questões sobre as consequências a longo prazo para os consumidores e para o meio ambiente.

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“A nossa proposta é comparar como camarões de ecossistemas tão diferentes respondem à exposição a microplásticos”, explica “Daphine Herrera, pós-doutoranda do projeto e bolsista da FAPESP. “Os camarões, por serem detritívoros [alimentam-se de detritos no fundo do mar], estão expostos a grandes quantidades de microplásticos presentes nos sedimentos marinhos. Esse hábito facilita a análise de bioacumulação de microplásticos em seu organismo, tornando-os modelos ideais para o estudo”, acrescenta.

Um problema macro 6m353i

Os microplásticos são pequenas partículas com menos de 5 milímetros de tamanho. Eles são responsáveis por 92,4% dos detritos de plástico marinho e estão presentes por todo o ambiente oceânico, da coluna de água às praias e até no oceano profundo. Podem trazer graves consequências para a vida marinha e, por extensão, para os seres humanos que consomem frutos do mar.

Com base nessa preocupação, pesquisadores do Laboratório de Biologia de Camarões Marinhos e de Água Doce da Unesp procuram preencher uma lacuna de conhecimento: identificar os níveis de contaminação por microplásticos nos camarões-de-sete-barbas pescados no litoral paulista.

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O primeiro o da pesquisa consiste em avaliar o nível de exposição no trato gastrointestinal dos camarões, onde os microplásticos podem ser detectados inicialmente.

Outro objetivo central do projeto é compreender se a contaminação por microplásticos afeta também a qualidade nutricional dos camarões, o que pode ter implicações importantes para o consumo humano. Essa análise corresponde à próxima fase do projeto, que buscará avaliar se os microplásticos detectados nos camarões estão se acumulando em outros tecidos além do trato gastrointestinal, como na musculatura, que é justamente a parte mais consumida pelos seres humanos.

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“Estamos apenas começando a entender a extensão desse problema, mas os dados já mostram que a situação é alarmante”, diz Herrera. “Este estudo é um o importante para compreender melhor os efeitos da poluição marinha no Brasil e as potenciais repercussões para a saúde pública, especialmente em um país onde o consumo de frutos do mar é tão expressivo.”

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A pesquisa estuda os crustáceos decápodes, que incluem os camarões, siris, lagostas, lagostins e caranguejos, por exemplo. O projeto busca abordar diferentes aspectos, como ciclo de vida, padrões biogeográficos, reprodução, organização populacional, status taxonômico e processos evolutivos desses organismos.

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O trabalho também inclui a análise da história evolutiva dessas espécies, com foco em ecossistemas de importância para a sua preservação, como manguezais, estuários e bacias hidrográficas. A integração entre as respostas geradas nesse estudo deve auxiliar na compreensão de aspectos de relevância ambiental e social, como conservação de espécies e de ecossistemas, além de tratar da qualidade de produtos que chegam ao consumidor.

* Com informações de Érica Speglich, do boletim BIOTA Highlights.

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