Sting: Nobel a Raoni seria resposta a líderes que negam ameaça ambiental 36f18
Em entrevista a VEJA, cantor britânico afirmou que premiação seria importante para amplificar a mensagem do cacique contra os riscos ao meio ambiente 6n29

O cantor britânico Sting embarcou na campanha que tenta dar visibilidade ao cacique Raoni na disputa pelo Prêmio Nobel da Paz. Em entrevista a VEJA, Sting afirmou que a premiação é essencial para enviar uma mensagem contra líderes políticos que negam a existência de ameaças ambientais contra o planeta.
“É muito apropriado que o cacique Raoni seja nomeado para o Prêmio Nobel. Sua mensagem sobre a importância de preservar as florestas mundiais é convincente e consistente durante os 30 anos que eu o conheço”, afirmou o cantor, fundador da ONG Rainforest Foundation, dedicada à proteção da natureza.
“O mundo científico agora corrobora o que Raoni soube intuitivamente durante toda a sua vida. E, no momento em que líderes mundiais estão em negação patológica sobre os perigos que o planeta está enfrentando, é absolutamente essencial que Raoni seja publicamente homenageado dessa forma”, disse Sting.
A Fundação Darcy Ribeiro organizava desde o início do ano uma campanha para Raoni disputar o Nobel da Paz de 2020. Acadêmicos vinham buscando o apoio de personalidades e de governos estrangeiros para dar musculatura à indicação do cacique. Mas os ataques recentes do presidente Jair Bolsonaro ao líder indígena fizeram o nome de Raoni surgir nas bolsas de aposta já para a edição deste ano. O vencedor será revelado no dia 11 deste mês.
Amizade de longa data 352l4v
Sting conheceu Raoni no final da década de 1980. Ele foi apresentado ao cacique pelo cineasta belga Jean-Pierre Dutilleux, que dirigiu com o brasileiro Luiz Carlos Saldanha o documentário Raoni, indicado ao Oscar de 1979.
Em 1989, Sting convidou o líder kayapó para acompanhá-lo em uma turnê por 17 países. A iniciativa fez de Raoni uma personalidade internacional na luta pelos direitos dos povos indígenas e em defesa do meio ambiente.
Ao retornar ao Brasil, no início da década de 1990, Raoni aproveitou o prestígio – e a pressão – internacional para lograr seus maiores feitos: a homologação das demarcações de duas terras dos kayapós e do Parque do Xingu.
Com reportagem de Denise Chrispim Marin
Assine agora o site para ler na íntegra esta reportagem e tenha o a todas as edições de VEJA:
Ou adquira a edição desta semana para iOS e Android.
Aproveite: todas as edições de VEJA Digital por 1 mês grátis no Go Read.