VÍDEO: Multidão invade depósito da ONU em meio à fome extrema; quatro morrem 332g1w
Tragédia ocorre um dia após militares de Israel abrirem fogo contra multidão desesperada n5y40

Quatro pessoas morreram nesta quarta-feira (28) após centenas de palestinos famintos invadirem um armazém do Programa Mundial de Alimentos (WFP), ligado à ONU, na Faixa de Gaza.
A multidão arrancou partes das paredes metálicas da instalação, localizada na região central do território, em uma tentativa desesperada de conseguir comida.
Segundo autoridades de saúde locais, duas pessoas morreram esmagadas e outras duas foram atingidas por tiros durante a invasão. Ainda não está claro quem efetuou os disparos, se foram forças israelenses, seguranças privados ou outros agentes.
Um hospital de campanha da Cruz Vermelha relatou que entre os feridos há mulheres e crianças baleadas.
Imagens da cena mostram centenas de pessoas tentando atravessar a multidão carregando sacos de farinha, enquanto outras se empurravam para entrar no armazém, segundo relato da agência Associated Press.
A enviada especial da ONU para o Oriente Médio, Sigrid Kaag, comparou a ajuda humanitária permitida atualmente em Gaza a “um bote salva-vidas após o naufrágio do navio”. Ela afirmou ao Conselho de Segurança que os palestinos enfrentando fome extrema “já perderam a esperança”.
Disparos em centro de distribuição de alimentos 3t3m52
No dia anterior, ao menos uma pessoa morreu e 48 ficaram feridas quando tropas israelenses abriram fogo contra um ponto de distribuição de alimentos no sul de Gaza.
O centro era istrado por uma fundação humanitária apoiada pelos EUA, a Gaza Humanitarian Foundation (GHF), que tem autorização de Israel para atuar de forma paralela ao sistema de ajuda da ONU.
🔴 Breaking News | Deir al-Balah – Gaza
Inside the UNRWA warehouse, it’s chaos: a human tide surging toward hidden aid. Thousands are pushing, shouting, and clawing for sacks of flour and child nutrition boxes. Desperation fills the air,hunger has shattered all order, and… pic.twitter.com/0g0pSIOiF9— Abdulruhman Ismail (@a_abdulruhman) May 28, 2025
Testemunhas relataram que os tiros começaram quando uma grande multidão rompeu as cercas do local.
Vídeos registraram cenas de pânico com mulheres, crianças e homens correndo e derrubando barreiras. Um helicóptero militar israelense foi visto disparando sinalizadores, enquanto tiros eram ouvidos ao fundo.
Apesar dos relatos, o Exército de Israel negou ter atirado contra civis e afirmou ter feito apenas “disparos de advertência”. A GHF também declarou que “nenhum tiro foi disparado contra os palestinos” e que “não houve vítimas” em sua operação.
Ajuda humanitária em meio à fome 1w5p3m
As cenas de caos ocorreram em meio a um bloqueio rigoroso imposto por Israel em março. As autoridades israelenses alegam que o Hamas estava confiscando os suprimentos para uso próprio, algo que o grupo nega.
A crise humanitária se intensificou: mais da metade da população de Gaza enfrenta fome severa, segundo um monitoramento internacional.
Cerca de 71 mil crianças com menos de cinco anos estariam desnutridas, com mais de 14 mil casos graves previstos nos próximos meses.
A distribuição de alimentos organizada pela GHF ocorreu em áreas devastadas por bombardeios, com centros improvisados protegidos por cercas e supervisionados por veículos militares.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram palestinos levando caixas com óleo, macarrão, biscoitos, farinha, açúcar e tahine. Outros carregavam pedaços de madeira em carroças puxadas por burros.
Críticas ao novo modelo de distribuição 3n332e
A ONU e outras organizações humanitárias criticam o novo sistema implementado por Israel, argumentando que ele transforma a ajuda humanitária em ferramenta de controle e que a GHF não tem capacidade logística para atender os 2,3 milhões de habitantes de Gaza.
As cenas caóticas dos últimos dias confirmam os alertas de que a fundação não teria preparo para atuar em uma zona de conflito ativo.
O diretor da GHF, Jake Wood, renunciou no domingo, alegando que não era possível operar mantendo os princípios humanitários de neutralidade e independência.
Em comunicado, a organização afirmou que já distribuiu mais de 14 mil caixas de alimentos e que abriu um segundo centro de distribuição em Gaza.
O comissário da UNRWA (agência da ONU para refugiados palestinos), Philippe Lazzarini, classificou o novo modelo de distribuição como um “desperdício de recursos” e uma “distração das atrocidades”.
“Já temos um sistema de ajuda eficaz. O tempo está se esgotando e a resposta humanitária precisa ser permitida agora”, alertou.
Enquanto isso, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que pretende deslocar toda a população de Gaza para uma “zona estéril” no sul do território enquanto o exército combate o Hamas no norte.
Ele também anunciou que um ataque aéreo matou Mohammed Sinwar, chefe do Hamas na Faixa de Gaza, e irmão de Yahya Sinwar, apontado como um dos mentores do ataque de 7 de outubro de 2023.
Fome usada como arma 6b3u30
ONGs como ActionAid afirmam que a nova estratégia transforma a ajuda humanitária em “cobertura para uma estratégia militar de controle e expropriação”. A ONU continua pressionando por um cessar-fogo imediato e pela retomada dos mecanismos humanitários tradicionais.
A catástrofe humanitária se agrava diariamente em Gaza, onde civis desesperados arriscam a vida para conseguir comida. O colapso do sistema de distribuição e os episódios violentos refletem a urgência de uma solução política e humanitária duradoura.