Venezuela acusa de terrorismo 4 jornalistas presos em protestos contra Maduro 392q6n
Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa denunciou que todos foram impedidos de ar advogados de defesa particulares 6k4u66

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP) da Venezuela denunciou nesta quinta-feira, 8, que quatro jornalistas foram acusados pelo crime de “terrorismo” após serem presos durante protestos contra o regime de Nicolás Maduro. As manifestações começaram após o Conselho Nacional Eleitoral declarar o presidente bolivariano reeleito sem apresentar provas, um resultado contestado pela oposição e rejeitado por grande parte da comunidade internacional.
“Denunciamos o uso ilegal e arbitrário das leis antiterrorismo na Venezuela, especialmente contra os jornalistas e repórteres fotográficos e cinematográficos detidos durante os protestos pós-eleitorais no país”, afirmou a entidade em um comunicado publicado nas redes sociais.
São eles os fotojornalistas Yousner Alvarado e Deisy Peña, detidos nos estados venezuelanos de Barinas e Miranda, respectivamente; o cinegrafista Paúl León, que foi preso em Trujillo; e o jornalista José Gregorio Carnero, levado em Guárico. Segundo o SNTP, todos foram impedidos de ar advogados de defesa particulares, dependendo de defensores públicos – e possivelmente favoráveis ao regime.
Liberdade de imprensa 5l346r
Alvarado ou por um tribunal em 31 de julho, onde foi acusado de terrorismo. Ele permanece detido na sede do Comando Nacional Antiextorsão e Sequestro (Conas) em Barinas, em condições que geraram alarme entre os defensores dos direitos humanos. Já León compareceu a uma corte especial em 6 de agosto, estando preso na Diretoria de Inteligência Policial (DIP) em Valera, e acusado do mesmo crime. Carnero foi indiciado no mesmo dia, após ser levado pelo Corpo de Investigações Científicas Penais e Criminalísticas (CIC) de San Juan de los Morros, uma das organizações que mais recebe denúncias de perseguição na Venezuela. No dia seguinte, foi a vez de Peña, que se encontra na prisão feminina de Ocumare del Tuy.
O Instituto Imprensa e Sociedade (IPYS) informou nesta semana sobre pelo menos 79 violações da liberdade de imprensa na Venezuela ocorridas desde segunda-feira, 29 de julho, um dia após as polêmicas eleições. A maioria dos casos (62) está relacionada com a cobertura do processo eleitoral ou com as manifestações de cidadãos em inúmeras cidades.
“Esta documentação é alarmante” e “evidencia uma intensificação sistemática da repressão e do controle sobre informações de interesse público na Venezuela”, destacou o IPYS.
Perseguição 6o1mn
Na quarta-feira, Edmundo González, que a maior coalizão antichavista do país diz ter vencido o pleito contra Maduro, exigiu “o fim da perseguição” e a libertação dos detidos. Segundo números da ditadura, ao menos 2.229 pessoas foram privadas de liberdade desde 29 de julho, por supostamente praticarem “atos violentos” e “vandalismo” contra locais públicos.
Na segunda-feira ada, o vice-presidente da ONG Foro Penal, Gonzalo Himiob, afirmou que a “grande maioria” dos detidos durante os protestos são acusados de “terrorismo”. “É um padrão claro”, segundo ele.
Dez dias após a realização das eleições, o órgão eleitoral controlado pelo chavismo ainda não publicou as atas que certificariam a vitória de Maduro, conforme indica a lei venezuelana. Já a principal coalizão antichavista conseguiu obter cerca de 80% dos boletins de urna, com base nos quais González venceu com 67% dos votos, contra cerca de 30% do ditador.