Ucrânia consegue exportar grãos pela primeira vez desde invasão da Rússia 6s2122
O navio Razoni, com bandeira de Serra Leoa, está levando 26.000 toneladas de milho para o Líbano, movimento permitido por acordo entre Moscou e Kiev 1f1f1f

O Ministério da Infraestrutura da Ucrânia informou que um navio carregado com grãos ucranianos saiu do porto de Odessa nesta segunda-feira, 1, marcando a primeira vez desde o início da invasão russa que o país consegue exportar alimentos.
O navio Razoni, com bandeira de Serra Leoa, está levando 26.000 toneladas de milho para o Líbano. A conquista ocorre após semanas de negociações entre a Ucrânia e a Rússia, lideradas pela Turquia e pelas Nações Unidas – que vai monitorar a navegação.
A Rússia bloqueia os portos da Ucrânia desde o início da guerra, alimentando uma escassez de grãos que levou as Nações Unidas a alertarem sobre uma crise alimentar mundial. Segundo Oleksandr Kubrakov, ministro da infraestrutura ucraniano, “a Ucrânia, juntamente com nossos parceiros, deu mais um o hoje na prevenção da fome no mundo”.
Kubrakov disse também que o fim do bloqueio russo daria à economia ucraniana US$ 1 bilhão em receita cambial e que as autoridades planejam que os portos recuperem a capacidade total de transporte nas próximas semanas.
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Çavuşoğlu, disse que esperava que as exportações da Ucrânia continuassem sem interrupções e problemas.
“Faremos o que for necessário para isso. Esperamos que o acordo leve a um cessar-fogo e a uma paz duradoura”, disse.
Enquanto isso, o mundo está observando para ver se a Rússia vai cumprir sua parte do acordo. No texto assinado em 22 de julho em Istambul, a Rússia concordou em permitir que navios de grãos deixassem a Ucrânia sem ameaças às embarcações ou aos portos ucranianos durante o trânsito dos carregamentos. Só que, menos de 24 horas depois, forças russas atacaram o porto de Odessa.
Depois disso, Moscou divulgou um comunicado dizendo que havia atingido um navio ucraniano que transportava armas ocidentais, explicação que Kiev rejeita. O Kremlin disse que a notícia da partida do navio foi “muito positiva”, reportou a agência de notícias Reuters.
Recep Tayyip Erdogan, o presidente turco, disse que queria evitar “qualquer ação que vá contra o espírito do acordo”, acrescentando que quebrar o combinado seria “desvantajoso para todos nós”.
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No entanto, os Estados Unidos afirmaram que a Rússia minou sua credibilidade com o ataque ao porto de Odessa, então criaria um plano B para exportar mais grãos da Ucrânia por via fluvial e ferroviária – desde a invasão russa, Kiev conseguiu exportar cerca de 4 milhões de toneladas de grãos através do rio Danúbio e suas ferrovias, cerca de metade dos níveis pré-guerra.
A Ucrânia é um dos maiores produtores de grãos do mundo e cerca de 20 milhões de toneladas de grãos estão atualmente presos no país, esperando para serem exportados. O cerceamento do produto provocou escassez mundial e aumentos de preços, o que levou alguns países que dependem da importação de grãos, principalmente no Oriente Médio e na África, à fome.

























