Sob pressão, primeiro-ministro da Polônia sobrevive a voto de confiança no Parlamento 5e37j
Placar foi de 243 votos a favor e 210 contra; moção foi convocada pelo próprio premiê, que busca arrematar um apoio maior para sua coalizão pró-europeia 4p584m

O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, sobreviveu nesta quarta-feira, 11, um voto de confiança do Parlamento após a vitória da extrema direita nas eleições presidenciais do país na semana ada. O placar foi de 243 votos a favor e 210 contra. A moção foi convocada pelo próprio Tusk, que busca arrematar um apoio maior para sua coalizão pró-europeia.
Antes da votação, Tusk afirmou que “não pretende dar um único o para trás” e que enxerga a votação como “uma nova abertura”. O premiê polonês chegou ao poder em dezembro de 2023, mas não conseguiu implementar promessas de campanha devido à oposição. Um número recorde de mais de 280 legisladores, mais de 60% do Parlamento, se registrou para fazer perguntas, o que levou ao atraso do processo.
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Tusk em apuros 25ss
A coalizão de governo de Tusk engatou em tentativas frustradas de reverter reformas judiciais do PiS, que governou o país anteriormente. A União Europeia (UE) considera que o partido de oposição minou a democracia e direitos das minorias enquanto estava no poder. Tusk, no entanto, enfrentou resistência do presidente cessante, Andrzej Duda, que bloqueou os seus esforços.
O ultradireitista Karol Nawrocki derrotou o candidato de Tusk, Rafal Trzaskowski, em disputa acirrada no segundo turno, em 1º de junho. Novato na política, Nawrocki, de 42 anos, é um historiador e boxeador amador que dirigia um instituto nacional de memória. Em sua campanha, ele prometeu garantir que suas políticas econômicas e sociais favorecessem os poloneses ao invés de outras nacionalidades, incluindo os vizinhos na Ucrânia — chegando a receber durante a campanha o apoio do americano Donald Trump.
Na Polônia, o primeiro-ministro é quem, de fato, governa o país. O presidente, por sua vez, influencia a política externa e pode vetar a legislações. A incapacidade de avançar em pautas caras para a coalizão, que incluem o direito ao aborto, tem aumentado a pressão sobre Tusk — que controla a maioria parlamentar.