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Organizações brasileiras nos EUA denunciam violações e pedem ação do governo Lula 10h56

Grupos de imigrantes e deputados brasileiros citam relatos de detenções sem mandados judiciais, uso de algemas em crianças e clima de medo e retraimento 133f2a

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 jun 2025, 12h00

Um coletivo de organizações representantes da comunidade brasileira nos Estados Unidos e três deputados brasileiros no estado de Massachusetts publicaram uma carta na sexta-feira, 6, instando ação do governo do Brasil, citando violações de direitos humanos contra imigrantes, em meio a relatos de detenções sem mandados judiciais, uso de algemas em crianças e um clima de medo e retraimento.

“Apesar das declarações da nova istração de que estaria focando em deportações de pessoas com antecedentes criminais, o que se observa na prática é uma onda crescente, intensa e violenta de prisões”, diz o texto. “Agentes mascarados têm prendido brasileiros sem mandado judicial, com longos atrasos de 3, 5 ou mais dias até que a pessoa apareça no sistema de custódia do ICE. Muitos são enviados para centros de detenção em outros estados, dificultando o apoio jurídico e humanitário oferecido por suas famílias e comunidades”.

+ Justiça decide soltar estudante brasileiro de 18 anos detido pela imigração nos EUA

O texto ressalta ainda que “é fundamental lembrar que estar fora do status migratório não é crime segundo a lei federal dos Estados Unidos. Imigrar não é crime. Imigrar é um direito humano. Todos imigrantes têm direito às proteções delineadas na Constituição dos Estados Unidos”.

“Nas últimas semanas, aumentaram ainda os casos de violência e da chamada “tortura branca”: pessoas algemadas são colocadas em vans por até 12 horas, sem saber para onde estão sendo levadas, com alimentação, água e cuidados básicos racionados. Há também relatos de crianças sendo algemadas”, diz o coletivo.

Diante do que definem como uma “crise humanitária”, as organizações e os deputados pedem atuação do governo brasileiro para ampliar a capacidade consular, especialmente para emissão de documentos essenciais e assistência emergencial a famílias que querem voltar ao Brasil , realizar uma audiência pública com a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e as organizações comunitárias brasileiras nos EUA.

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O documento é assinado pelos deputados Priscila Sousa, Rita A. Mendes e Danillo A. Senna, e pelas organizações Brazilian Worker Center, Grupo Mulher Brasileira, Brazilian American Center, Instituto Diáspora Brasil, Brazilian Resources Center, Source Hub, New England, Community Center, Brazilian-American Center, Defend Democracy Brazil, Florida Immigrant Coalition.

A comunidade brasileira nos EUA soma mais de 2 milhões de pessoas. Dessas, 57% são imigrantes em situação migratória vulnerável — com visto temporário, residência permanente ou fora do status, ou seja, sem cidadania americana.

Na semana ada, o caso do estudante brasileiro Marcelo Gomes, de 18 anos, mobilizou autoridades e moradores locais. Ele foi solto na quinta-feira, 5, após seis dias detido por agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas.

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A governadora de Massachusetts, a democrata Maura Healey, chegou a gravar um vídeo nas redes sociais solicitando a libertação do estudante, enquanto centenas de pessoas protestavam nas ruas em apoio ao jovem.

Aluno do ensino médio na Milford High School, Marcelo foi detido no último sábado, 31, enquanto dirigia a caminho de um treino de vôlei com outros três colegas. Os agentes questionaram a documentação de todos e levaram apenas Gomes, que dirigia o veículo e é imigrante em situação irregular.

“Ele está aqui há 13 anos. Isso é tudo o que ele conhece. Milford e Massachusetts é tudo o que ele conhece”, disse Ana Julia Araujo, prima de Gomes. “É de partir o coração. O Marcelo é uma pessoa tão gentil e acho que é a última pessoa com quem isso deveria acontecer. Os irmãos dele são tão pequenos e estão se perguntando se algum dia o verão novamente”.

Em uma entrevista à imprensa local, a namorada do brasileiro, Julianys Rentas, informou que ele foi acorrentado nos tornozelos e nos pulsos. “Ele está em uma cela com outros 30 homens. Ele é o único jovem de 18 anos lá, é o mais novo. Ele não é um criminoso. Ele é um membro desta comunidade e nunca fez nada de errado”, disse ela. 

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