Irmãos Menendez recebem nova sentença atenuada, com possível liberdade condicional 3w3b5s
Audiência em Los Angeles foi uma vitória para Erik e Lyle, condenados a ar a vida atrás das grades pelo assassinato de seus pais, em 1989 44233m

Os irmãos Erik e Lyle Menendez, condenados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional pelo assassinato de seus pais em 1989, receberam uma nova sentença na terça-feira 13, com atenuantes. Após uma audiência na cidade californiana de Los Angeles, nos Estados Unidos, um juiz reduziu o tempo atrás das grades para 50 anos – com liberdade condicional. Foi uma vitória para os réus, que, após arem 35 anos na cadeia, olham para a primeira chance de deixarem o cárcere.
O juiz Michael Jesic reduziu as sentenças dos irmãos com base na lei de jovens infratores da Califórnia, uma vez que cometeram o crime com menos de 26 anos. Para serem soltos, porém, ainda precisariam da aprovação do conselho de liberdade condicional do estado. Seus advogados afirmaram os dois permanecerão presos enquanto essa parte é decidida.
“Não estou dizendo que eles devem ser libertados; não cabe a mim decidir”, declarou Jesic. “Acredito que eles já fizeram o suficiente nos últimos 35 anos e deveriam ter essa oportunidade.”
Erik e Lyle Menendez, agora com 54 e 57 anos, não demonstraram nenhuma emoção aparente durante a maior parte do depoimento, transmitido ao vivo da prisão em San Diego. Em dado momento, riram quando uma de suas primas, Diane Hernandez, disse ao tribunal que Erik havia tirado nota A+ em todas as suas disciplinas durante seu último semestre na faculdade.
A decisão encerrou a audiência que durou um dia inteiro, na qual vários parentes, um juiz aposentado e um ex-companheiro de prisão foram chamados ao banco de testemunhas para respaldar os argumentos da defesa, com objetivo de reduzir a pena dos irmãos.
O processo começou com um telefonema dos advogados dos irmãos para Anamaria Baralt, prima de Erik e Lyle, que descreveu como os dois expressaram remorso, repetidamente, por suas ações. “Todos nós, de ambos os lados da família, acreditamos que 35 anos são suficientes. Eles estão universalmente perdoados por nossa família”, disse ela.
Outra prima, Tamara Goodell, disse que recentemente levou seu filho de 13 anos para conhecer os irmãos na prisão e que eles contribuiriam muito para o bem do mundo se fossem libertados.
Abuso sexual 3b446n
Os irmãos Menendez foram considerados culpados de homicídio em primeiro grau pelos assassinatos de seus pais, José e Kitty, em 1989.
Parte da sua defesa consistiu em acusações de abusos sexuais por parte de José, que vieram à tona por meio de um pedido de habeas corpus em 2023. Entre as evidências, estava uma carta que Erik enviou para um primo em 1988, descrevendo uma cena de agressão, bem como o relato de Roy Rosselló, membro da banda Menudo, que também afirmou ter sido vítima de José na mesma década.
Seus advogados argumentaram que eles temiam que os pais os matassem para encobrir os crimes. Os promotores, por sua vez, retrataram os irmãos como jovens ricos, ávidos por sua herança multimilionária.
Ao longo dos anos, eles apelaram repetidamente de suas condenações, sem sucesso. Mas o apoio a Erik e Lyle cresceu significativamente nos últimos anos – em especial devido ao interesse provocado após o lançamento de um série da Netflix no ano ado, que conta a história do assassinato na glamourosa Beverly Hills, em 1989.
Entenda o caso 2j6k1n
Quando tinham 18 e 21 anos, Erik e Lyle mataram o pai, um executivo de Hollywood, à queima-roupa com seis tiros da espingarda e a mãe, com dez. Os dois ligaram para a polícia dizendo que encontraram os pais mortos e deram como álibi uma ida ao cinema. No entanto, a mansão não tinha sinais de arrombamento.
Pouco tempo após o assassinato, Erik e Lyle começaram a gastar a herança com carros de luxo, roupas de grife e equipamentos de marcas caras. Em seis meses, tinham gasto mais de US$ 1 milhão, levantando suspeitas. A polícia decidiu investigar os irmãos e descobriu que Erik tinha comprado uma espingarda poucos dias antes do crime. Ele também foi denunciado pela namorada de seu psicólogo, após o terapeuta ter sido ameaçado pelos irmãos, e registros sigilosos das consultas em que a pauta foi o assassinato dos pais foram aceitas como provas.
Em 1993, os irmãos confessaram o crime. No julgamento, a promotoria que assumiu o caso alegou que o crime foi motivado por ganância, já que ambos queriam a herança a que tinham direito. Já a defesa argumentou que o motivo real era uma vingança por terem sido supostamente abusados sexualmente por José, com conivência da mãe, Kitty. Durante o julgamento, não foi possível provar qualquer abuso sexual, deixando o júri em um ime. A dupla só foi condenada sete anos após o crime, em 1996, em um terceiro julgamento.