Grupo de ajuda humanitária suspende distribuição em Gaza pela segunda vez 5n5d6b
Fundação Humanitária de Gaza aconselhou população do enclave palestino a ficar longe dos centros de distribuição 'para sua segurança' 56632g

A Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês) suspendeu novamente nesta sexta-feira, 6, a distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza até segunda ordem após um ataque de tanques israelenses deixar dez mortos na cidade de Jabalia.
Na véspera, o grupo privado americano apoiado por Israel e pelos Estados Unidos interrompeu e retomou a distribuição, após uma série de episódios em que forças israelenses abriram fogo em meio ao caos de palestinos desesperados por suprimentos.
Ao anunciar o novo fechamento, a fundação aconselhou a população de Gaza a ficar longe dos centros de distribuição “para sua segurança” e afirmou que uma data de reabertura seria anunciada mais tarde.
Na quarta-feira, 4, militares israelenses emitiram um alerta para que os palestinos não se aproximassem dos centros de distribuição de ajuda da GHF enquanto o “trabalho de reorganização” estivesse em andamento, dizendo que as estradas de o a esses locais seriam “consideradas zonas de combate”.
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Críticas à GHF n6l36
A GHF, que iniciou as operações de fornecimento de alimentos no enclave palestino em 26 de maio, vem sendo duramente criticada por organizações humanitárias por usar seguranças armados na distribuição de suprimentos, pela ineficácia e pela falta de neutralidade.
Na semana ada, as Nações Unidas criticaram o novo sistema de distribuição de ajuda humanitária no enclave palestino, classificando-o como “uma distração do que é realmente necessário”.
Israel, por sua vez, alega que o novo sistema é necessário para impedir que o grupo palestino radical Hamas roube e armazene alimentos com o objetivo de financiar a guerra vendendo ajuda humanitária a civis a preços elevados.
Fome e insegurança alimentar 5f3xr
A população da Faixa de Gaza, composta por 2,3 milhões de pessoas antes da guerra, está em “risco crítico” de fome e enfrenta “níveis extremos de insegurança alimentar”, apontou um relatório da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), apoiada por agências das Nações Unidas, grupos de ajuda e governos.
O documento indicou que o cessar-fogo, que durou de janeiro a março, “levou a um alívio temporário” em Gaza, mas as novas hostilidades israelenses “reverteram” as melhorias. Cerca de 1,95 milhão de pessoas, ou 93% da população de Gaza, vivem níveis de insegurança alimentar aguda. Desse número, mais de 244 mil enfrentam graus “catastróficos”. A fome generalizada, segundo a pesquisa, é “cada vez mais provável” no território. No momento, meio milhão de palestinos, um em cada cinco, estão famintos em Gaza.