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Como os EUA estão ‘caçando’ estudantes estrangeiros indesejáveis 61334

Medidas incluem suspensão de novos agendamentos de vistos e revogação de direitos a estudantes chineses 818

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 jun 2025, 11h54 - Publicado em 1 jun 2025, 11h53

Estudantes de todo o mundo que se preparavam para estudar nos Estados Unidos neste outono enfrentam crescente incertezas, após o governo de Donald Trump suspender temporariamente os agendamentos de vistos de estudante na semana ada. A medida, segundo a Casa Branca, é parte de um projeto para impedir que cidadãos “indesejáveis” entrem em território americano ou lidem com áreas consideradas críticas e sensíveis.

Na terça-feira 27, o Departamento de Estado americano ordenou que embaixadas americanas mundo afora suspendessem o agendamento de entrevistas de visto para estudantes estrangeiros. A decisão ocorre em meio à queda de braço do governo republicano com a Universidade Harvard, que foi proibida a princípio de matricular alunos internacionais por supostamente acobertar casos de antissemitismo e fomentar discriminação racial. O bloqueio a Harvard, no entanto, foi revertido temporariamente pela Justiça dos EUA.

+ O muro do ensino: governo Trump avança na cruzada ideológica contra universidades

A ordem demonstra o endurecimento do processo de triagem dos EUA, que ou a analisar a partir de março se estudantes participaram de protestos pró-Palestina em campi universitários. Os agentes aram a ser obrigados a verificar as redes sociais dos aplicantes de visto em busca de “atividades terroristas ou a uma organização terrorista”, revelou um telegrama obtido pelo jornal britânico The Guardian na época.

“Se você me disser que está vindo para os Estados Unidos para liderar cruzadas em campi universitários, tomar bibliotecas e tentar incendiar prédios… não vamos lhe dar um visto”, disse Rubio em uma audiência do Comitê de Relações Exteriores do Senado em 20 de maio. Mas, segundo o portal americano Politico, autoridades do Departamento de Estado consideraram vagas as orientações anteriores sobre o que deve ser monitorado, como, por exemplo, se a publicação de uma foto de uma bandeira palestina nas redes sociais deveria ser sinalizada.

Durante o ano letivo de 2023-2024, o número de estudantes internacionais em instituições americanas atingiu o recorde histórico de 1,13 milhão, de acordo com relatório anual do Instituto de Educação Internacional (IIE) e do Departamento de Estado dos EUA. O número representa um aumento de 6,6% no número de estudantes internacionais matriculados em universidades americanas em relação ao ano anterior.

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“Ao querer impor filtro ideológico às universidades, o governo atropela a Primeira Emenda e a liberdade de expressão que ela tão radicalmente protege”, disse a VEJA Lee Bollinger, uma das mais respeitadas autoridades no assunto, que por vinte anos ocupou a cadeira de reitor em Columbia. Segundo ele, nem mesmo nos sombrios tempos do macarthismo, na década de 1950, a perseguição ao livre pensar teve a envergadura de agora. “A questão hoje é que não se trata da ação de um senador, como Joseph McCarthy, mas de um Executivo em pleno poder, punindo opositores e instituições por seus pontos de vista”, diz.

Horas depois da medida mais geral, o governo deu um o além. O secretário de Estado, Marco Rubio, disse que Washington revogará “agressivamente” os vistos de estudantes da China, incluindo aqueles com conexões com o Partido Comunista Chinês ou que estudam em áreas críticas”.

Os jovens chineses são há muito tempo cruciais para as universidades dos EUA, que dependem do pagamento integral da mensalidade por estudantes internacionais. Segundo dados obtidos pela agência de notícias AFP, a China enviou 277.398 estudantes no ano acadêmico de 2023-24, embora a Índia tenha superado esse número pela primeira vez em anos.

Apesar da medida mirar por ora especificamente estudantes chineses, outros alunos já demonstraram preocupação. Uma aluna brasileira da pós-graduação de Columbia, que prefere se manter no anonimato, contou a VEJA que orientadores de certos departamentos aconselham estudantes estrangeiros a não viajar agora a seus países de origem. “Disseram que, se fôssemos barrados na imigração, a universidade não poderia fazer muita coisa e todo o nosso esforço seria jogado fora”, diz.

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