China diz que decisão dos EUA de revogar vistos de estudantes chineses é ‘pretexto’ 585s1e
Plano foi anunciado pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, na quarta-feira rv71

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou nesta quinta-feira, 29, que Pequim “se opõe firmemente” à decisão do governo dos Estados Unidos de revogar “agressivamente” vistos de estudantes chineses. O plano, segundo Mao, é um “pretexto” para prejudicar os estudantes chineses.
Na noite de quarta-feira, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse que o governo de Donald Trump “revogará agressivamente os vistos de estudantes chineses, incluindo aqueles com conexões com o Partido Comunista Chinês ou que estudam em áreas críticas”.
“Também revisaremos os critérios de visto para aprimorar o escrutínio de todos os futuros pedidos de visto da República Popular da China e de Hong Kong”, disse o secretário.
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Os jovens chineses são há muito tempo cruciais para as universidades dos EUA, que dependem do pagamento integral da mensalidade por estudantes internacionais. Segundo dados obtidos pela agência de notícias AFP, a China enviou 277.398 estudantes no ano acadêmico de 2023-24, embora a Índia tenha superado esse número pela primeira vez em anos.
Na terça-feira, o governo já havia ordenado que embaixadas americanas mundo afora suspendessem o agendamento de entrevistas de visto para estudantes estrangeiros. A decisão ocorre em meio à queda de braço do republicano com a Universidade Harvard, que foi proibida a princípio de matricular alunos internacionais por supostamente acobertar casos de antissemitismo e fomentar discriminação racial. O bloqueio a Harvard, no entanto, foi revertido temporariamente pela Justiça dos EUA.
Como parte do novo cerco, o Departamento de Estado instruiu as seções consulares a interromperem a adição de “qualquer capacidade adicional de agendamento de visto de estudante ou visitante de intercâmbio (F, M e J) até que novas orientações sejam emitidas” em alguns dias. A diretriz pode atrasar o processamento da documentação e prejudicar universidades do país, muitas delas acusadas pelo governo Trump de serem “woke” (termo relacionado à ideologia progressista).
A ordem demonstra o endurecimento do processo de triagem dos EUA, que ou a analisar a partir de março se estudantes participaram de protestos pró-Palestina em campi universitários. Os agentes aram a ser obrigados a verificar as redes sociais dos aplicantes de visto em busca de “atividades terroristas ou a uma organização terrorista”, revelou um telegrama obtido pelo jornal britânico The Guardian na época.