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Enem: Centrão e redes sociais estão por trás da fala de Bolsonaro 4a65e

Entenda os motivos da declaração do presidente sobre o possível adiamento da prova 4rt3d

Por Maria Clara Vieira Atualizado em 13 Maio 2020, 16h39 - Publicado em 13 Maio 2020, 16h32

Pela primeira vez desde a suspensão das aulas por conta do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro falou sobre a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no contexto da pandemia. Na manhã desta quarta-feira (13), na saída do Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo contrariou a postura adotada pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, e afirmou que a prova “pode ser adiada”. “Se for o caso, atrasa um pouco, mas tem que ser aplicado esse ano”, disse o presidente, uma semana após o Ministério da Educação (MEC) veicular uma peça publicitária defendendo a manutenção das datas. Dois fatores são apontados como preponderantes para a súbita guinada do discurso: o diálogo entre Bolsonaro e parlamentares do chamado Centrão e a influência das redes sociais no Planalto.

No tabuleiro político, uma das conquistas mais caras aos defensores do adiamento da prova foi a adesão do deputado Arthut Lira (PP-AL), que anda angariando apoio para a sucessão de Rodrigo Maia na presidência da Câmara (já participou até de lives animadas ao lado de Bolsonaro) e emplacou aliados dentro do Ministério do Desenvolvimento Regional. Deputados de partidos como o Republicanos, Solidariedade e o Democratas também ajudaram a levar a questão para o Executivo, sem a “pecha” da oposição. Como resultado do esforço conjunto, impulsionado pelo apoio unânime dos secretários estaduais de educação (ligados às mais diversas legendas) nesta madrugada, foram coletadas as 257 s necessárias para que os projetos de lei que tratam da suspensão do Enem sejam votados em regime de urgência. “Trata-se de uma pauta técnica que une parlamentares do PT ao PSL. Ao colocar o Enem como tema urgente, o Congresso mandou um recado, e Bolsonaro certamente está atento ao clima”, interpreta o deputado Professor Israel Batista (PV-DF), autor do texto.

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Some-se a esta conjuntura a relação intensa que o presidente cultiva com o mundo virtual. “Bolsonaro tem uma equipe de monitoramento gigante de redes sociais e não tem nada que provoque tanta mobilização quanto o Big Brother Brasil e o Enem”, descreve uma fonte ligada à pasta da Educação. Por conta da fala sobre o adiamento, o exame chegou aos assuntos mais comentados no Twitter, tal como no dia em que o MEC divulgou a propaganda incentivando os alunos a prosseguirem com os estudos em casa – um discurso insistentemente endossado pelo ministro que, aliás, não parece ter exercido influência na declaração do chefe.

Apesar de Bolsonaro ter dito que está conversando com Weintraub sobre o assunto, a fala pegou a equipe técnica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) de surpresa. Ocorre que, logo no início da quarentena, os funcionários da autarquia elaboraram estudos com possíveis datas para o exame diante do quadro de evolução da pandemia no Brasil. As alternativas foram rejeitadas pelo ministro, obstinado a demonstrar seu alinhamento com o chefe do Executivo através da pressão para que as escolas voltem à ativa o quanto antes. O entendimento dos técnicos é de que, se a fala de Bolsonaro estivesse ancorada em algum diálogo concreto com o MEC, o Inep teria sido convocado.

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