Setor de serviços do Brasil sobe em maio, mas segue na faixa de contração
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) subiu para 49,6 pontos em maio, mas continua abaixo de 50 pontos

A atividade de serviços no país subiu timidamente, de 48,9 em abril para 49,6 pontos em maio. Apesar da leve alta, o Índice de Gerentes de Compras (PMI), termômetro das condições de negócio, permanece, pelo segundo mês consecutivo, abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração.
A má notícia é que o setor, responsável por mais de 70% do PIB e emprego no Brasil, continua perdendo fôlego. A boa, se é que se pode chamar assim, é que a desaceleração traz consigo melhora na inflação. “A notícia mais positiva veio do alívio na inflação”, observou Pollyanna De Lima, da S&P Global Market Intelligence. Isso é importante porque sugere que, embora a demanda siga fraca, o ambiente de preços pode deixar de ser um obstáculo, e até permitir alguma flexibilidade monetária.
Ainda assim, o quadro geral continua turvo. O PMI composto, que agrega serviços e indústria, caiu de 49,4 para 49,1 pontos. Ou seja: o resfriamento é amplo. As causas não surpreendem. O crédito caro, resquício do ciclo de aperto monetário, inibe o consumo e os investimentos. A taxa Selic em 14,75% é um nível altamente restritivo, e há incerteza sobre cortes, especialmente diante a cenário fiscal frágil, agravado pela frustração de receitas e a insistência de Lula com gastos socias.
Em campo, os relatos se repetem: queda de novas encomendas, retração na produção e alta de custos que as empresas seguem tentando rear aos clientes. A criação de empregos no setor, sempre um indicativo relevante de otimismo, foi a mais fraca em seis meses.