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Inflação sobe 0,56% em março e alimentos voltam a pesar

Aumentos nos preços do tomate, café moído e ovo de galinha representam um quarto da inflação total do mês de março

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 11 abr 2025, 18h05 - Publicado em 11 abr 2025, 09h18

Após o salto de 1,31% em fevereiro, a inflação perdeu fôlego em março, mas ainda veio pressionada: o IPCA subiu 0,56% no mês, puxado especialmente pelos alimentos, que voltaram a pesar no bolso. O índice acumula alta de 5,48% em 12 meses, acima dos 5,06% registrados até fevereiro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira 11 pelo IBGE. O resultado do mês veio levemente acima do consenso, que era de 0,54%

Inicialmente, o IBGE informou que esse era o maior patamar do IPCA para um mês de março desde 2003, há 22 anos. Depois da divulgação, no entanto, o instituto corrigiu a informação, dizendo que é o maior índice para o mês desde 2023. Há dois anos, os preços subiram 0,71% no terceiro mês do ano.

O grupo alimentação e bebidas foi o grande destaque da alta, com variação de 1,17% e impacto de 0,25 ponto percentual no IPCA do mês — quase metade do índice total. Vilões da inflação, tomate, café moído e ovo de galinha foram os três produtos com maiores elevações e, sozinhos, responderam por um quarto da inflação de março.

O tomate disparou 22,55% em razão da quebra de oferta, explica Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa: “Com o calor do verão, a maturação se acelerou e parte da colheita foi antecipada. Sem essas áreas no mês seguinte, a oferta caiu”. Já a alta de 13,13% nos ovos reflete o aumento do custo do milho, principal insumo da ração, além da quaresma, que tradicionalmente impulsiona o consumo. O café moído, por sua vez, já acumula 77,78% de aumento em 12 meses, impactado pela quebra de safra no Vietnã e por problemas climáticos no Brasil, que encareceram o grão no mercado internacional.

Outro grupo que pesou foi o de transportes, com alta de 0,46% e impacto de 0,09 p.p., influenciado pela agem aérea, que saiu de uma queda de 20,46% em fevereiro para uma alta de 6,91% em março — o terceiro maior impacto individual no mês. Já os combustíveis desaceleraram: a gasolina subiu 0,51%, bem abaixo dos 2,78% do mês anterior. Etanol, diesel e gás veicular também registraram aumentos mais contidos. Em contrapartida, o ônibus urbano caiu 1,09%, com o impacto dos reajustes e a gratuidade em capitais como Porto Alegre, Curitiba e Brasília.

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O grupo despesas pessoais teve a segunda maior variação (0,70%), puxado por entretenimento: cinema, teatro e concertos subiram 7,76%, após o fim da semana promocional em fevereiro. Já o grupo habitação, que havia subido  4,44% em fevereiro, avançou apenas 0,24% em março, com destaque para a desaceleração da energia elétrica, de 16,80% para 0,12%.

No recorte por regiões, Curitiba e Porto Alegre lideraram a alta, ambas com 0,76%, influenciadas pelo aumento da gasolina. Rio Branco (0,27%) e Brasília (0,27%) tiveram as menores variações, beneficiadas por quedas expressivas nas agens aéreas e no transporte urbano, respectivamente.

INPC também sobe, mas menos

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação percebida por famílias com menor renda, subiu 0,51% em março, após alta de 1,48% em fevereiro. No acumulado de 12 meses, o índice ou de 4,87% para 5,20%. O comportamento foi similar ao do IPCA: os alimentos aceleraram, enquanto os itens não alimentícios mostraram desaceleração.

Apesar do alívio na comparação mensal, os dados reforçam a pressão inflacionária persistente nos preços de alimentos e serviços, o que deve manter o Banco Central em estado de alerta para os próximos os da política monetária.

 

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