Economia

Ibovespa reage com ‘alternativas ao IOF’ e expectativa de corte de juros nos EUA

Mercado opera em alta após governo sinalizar que vai apresnetar medidas para substituir o aumento do IOF; Dólar cede após dado de emprego fraco nos EUA

Por Luana Zanobia SEGUIR SEGUINDO 4 jun 2025, 12h07

Ibovespa registrou queda de 0,14%, e encerrou aos 51.772,40 pontos — da bolsa de valores (Reinaldo Canato/VEJA)

O Ibovespa opera em alta nesta quarta-feira, 4, impulsionado pelo alívio no ambiente doméstico, após o governo sinalizar que busca alternativas para substituir o aumento do IOF, e pelo avanço das commodities no exterior. A expectativa é que novas propostas de compensação fiscal sejam apresentadas ao mercado já na próxima semana, o que contribui para a melhora da percepção de risco local.

No cenário internacional, dados mais fracos que o esperado sobre o mercado de trabalho americano – medidos pelo relatório ADP, que acompanha a criação de vagas no setor privado – reforçaram as apostas em cortes de juros por parte do banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed). O relatório mostrou a geração de apenas 37 mil postos de trabalho em maio, bem abaixo da projeção de 130 mil. A leitura elevou a probabilidade de afrouxamento monetário, pressionando o dólar para baixo. A moeda americana era negociada a R$ 5,62 ao meio dia.

“A queda do dólar para R$ 5,63, embora aparente ser positiva, pode ser temporária e influenciada por fatores externos, como a busca por alternativas ao IOF. É essencial monitorar de perto os desdobramentos dessas políticas e seus efeitos a médio e longo prazo na economia brasileira”, afirma Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.

Apesar do clima mais favorável, o ambiente externo continua carregado de incertezas. Em pronunciamento nesta manhã, o presidente americano Donald Trump voltou a adotar um tom duro em relação à China, classificando como “extremamente difícil” fazer acordo com o presidente chinês Xi Jinping. A declaração aconteceu em sua rede social Truth em dia que entram em vigor o aumento das tarifas sobre importações de aço e alumínio dos EUA, que aram de 25% para 50%, com exceção para o Reino Unido.

“A abertura positiva do Ibovespa, mesmo diante do aumento das tarifas de importação de aço e alumínio pelos Estados Unidos, indica uma resiliência do mercado brasileiro. Esse movimento sugere que os investidores estão confiantes na capacidade das empresas nacionais de se adaptarem às novas condições comerciais”, avalia Jorge Kotz, CEO da Holding Grupo X.

No Brasil, o mercado acompanha também o lançamento oficial do Pix Automático, com a presença do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, esperando também por declarações ou sinalizações sobre a política monetária. A nova funcionalidade, que permite a realização de pagamentos recorrentes mediante uma única autorização prévia, representa mais um avanço no processo de digitalização do sistema financeiro.