EUA e Reino Unido anunciam acordo comercial com cota para carros e redução de tarifas
Donald Trump fez anúncio na Casa Branca nesta quinta-feira e informou que detalhes ainda serão finalizados e divulgados nos próximos dias

Em um evento amplamente aguardado na manhã desta quinta-feira, 8, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a finalização de um acordo comercial com o Reino Unido para reduzir as barreiras comerciais entre as duas economias, ampliar o comércio bilateral e proteger os empregos locais, de acordo com os líderes das duas nações. Trata-se do primeiro grande acordo alinhado com um parceiro comercial desde o “Dia da Liberação”, nome dado por Trump para o anúncio do pacote de tarifas recíprocas feito no início de abril, quando ampliou o imposto de importação cobrado pelos EUA dos mais de 150 paises com que têm comércio.
Enquanto Trump e seus assessores falavam à imprensa em uma coletiva pela manhã na Casa Branca, o primeiro ministro britânico, Keir Starmer, que chegou a falar com Trump ao vivo por uma chamada em viva-voz logo antes, também detalhava os pontos negociados entre as duas potências em uma outra coletiva feita em uma fábrica da Jaguar Land Rover na Inglaterra. Os anúncios complementares e concominantes aconteceram ao mesmo tempo em que os fiéias na praça do Vaticano aguardavam o iminente desfecho da última votação do conclave, e acabaram poucos instantes antes de a fumaça branca sair da chaminé confirmando a eleição de um novo papa à Igreja Católica.
De acordo com as informações prévias dadas por ambos os líderes, o acordo entre EUA e Reino Unido envolve cotas de importação, redução de tarifas e revisão de barreiras não tarifárias em produtos e setores como carne, etanol e produtos agrícolas em geral, exportados pelos Estados Unidos ao Reino Unido, além de máquinas, produtos químicos, automóveis, autopeças, aeronaves e aço. Os detalhes das novas condições, informou Trump, ainda serão finalizados e divulgados nos próximos dias, de acordo com Trump, mas os principais itens foram adiantados.
O presidente americano reforçou que a tarifa padrão criada recentemente por seu governo sobre as importações de todos os países, e que para o Reino Unidos é de 10%, permence, mas podendo ser reduzida em determinadas situações acordadas entre os dois países.
O mesmo vale para a tarifa prevista de 25% para automóveis e autopeças aplicada por Trump a todas as compras feitas de fora pelos EUA, e que a a contar com uma cota nas vendas feitas entre as duas economias. “Concordamos que eles podem mandar 100.000 carros para os Estados Unidos e só pagar 10% de tarifa”, disse, durante a coletiva de imprensa ao lado de Trump, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick. “Nos produzimos milhões de carros e, para nós, é pouco, mas, para eles, pode proteger milhares de empregos.”
Outro segmento que ganhou incentivos próprios é o da indústria de aeronaves. De acordo com Lutnick, as peças exportadas pelo Reino Unido deverão ficar zeradas da tarifa mínima de 10%, em troca de um acordo que envolve a compra de aeronaves da americana Boeing pelas companhias aéreas britânicas.
Do outro lado do oceado, o governo britânico confirmou que a tarifa dos Estados Unidos sobre suas importações de aço, de 25%, será zerada para o Reino Unido, enquanto o país europeu se comprometeu a zerar as tarifas que aplica sobre o etanol comprados dos EUA.
Com informações da Reuters