Dólar sobe e Ibovespa cai com PIB forte e acusação de Trump sobre China
Presidente americano afirma que país asiático violou acordo tarifário; expansão da economia reduz espaço para afrouxar juros no Brasil

No último pregão do mês, o dólar fechou em alta de 0,91%, cotado a R$ 5,71, enquanto o Ibovespa, principal índice da B3, registrou queda de 1,09% no fechamento do mercado, aos 137.026 pontos. No acumulado do mês, o valor da moeda americana teve valorização de 0,72%, enquanto o Ibovespa acumulou alta de 1,99%. Hoje, os negócios se movimentaram de olho em novos desdobramentos sobre a guerra comercial de Trump e a divulgação do PIB no Brasil.
No exterior, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu a chama da guerra comercial ao acusar a China de violar o acordo tarifário firmado pelas duas nações recentemente. “A China, talvez não de forma surpreendente para alguns, TEM VIOLADO TOTALMENTE SEU ACORDO COM OS EUA”, afirmou em seu perfil da rede Truth Social. A situação aumentou a aversão ao risco por parte dos investidores, ainda mais após um tribunal federal de apelações do país ter suspendido uma liminar e restabelecido nesta quinta-feira, 29, o “tarifaço” imposto por Trump.
No cenário doméstico, o destaque foi a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do país no primeiro trimestre de 2025. Ele avançou 1,4% em relação ao trimestre anterior, uma soma de 3 trilhões de reais, e representou um crescimento de 2,9% ante ao mesmo período de 2024. O setor mais relevante para a alta foi o da agropecuária, com alta de 12,2%. No entanto, o crescimento do paradoxo gera um paradoxo: um bom resultado do PIB reduz o espaço para afrouxar a taxa Selic, atualmente em 14,75%, porque sugere que os juros ainda não produziram o efeito esperado de esfriar a demanda.
A questão do IOF também é discutida e influencia o humor do mercado. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou que deve manter a medida do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras apenas até 2025. Mesmo assim, a solução gera preocupações sobre a possibilidade de descumprimento da meta fiscal do governo para o ano.