Dólar cede a R$ 5,56, menor fechamento do ano, em meio às novas medidas fiscais no Brasil
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou medidas alternativas ao aumento do IOF; Trump afirma que ele e Xi Jinping resolveram 'complexidades'

No primeiro pregão da semana, o dólar fechou em baixa de 0,14%, cotado a 5,56 reais, menor fechamento do ano, enquanto o Ibovespa, principal índice da B3, registrou queda de 0,30% no fechamento do mercado, aos 135.699 pontos. Nesta segunda-feira, 9, os negócios se movimentaram em meio ao acerto entre governo e Congresso brasileiros em relação ao aumento do IOF e a volta das negociações comerciais entre Estados Unidos e China.
No cenário doméstico, as atenções se voltam à medidas de ajuste fiscal alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que foram anunciadas no fim da noite deste domingo, 8. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os participantes chegaram a um acordo geral em torno de quatro pontos: uma medida provisória (MP) que abole a isenção de imposto de renda de alguns tipos de investimentos; a edição de um novo decreto que recalibra as alíquotas do IOF; um corte de 10% dos gastos tributários; e a redução de despesas primárias.
As medidas apresentadas têm como objetivo fechar as contas públicas de 2025 e não atacam os gastos públicos, na visão de analistas. Segundo Haddad, os títulos financeiros que hoje são isentos de pagar o Imposto de Renda perderão esse benefício, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), que arão a ter uma taxa de 5%. Outra proposta foi a elevação, de 9% para 15%, da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de fintechs.
Somado a isso, o Boletim Focus da semana apontou para uma redução na projeção da inflação no país para 2025. De acordo com economistas consultados pelo Banco Central (BC), a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano ou de 5,46% para 5,44%. A porcentagem ainda está acima do teto da meta, que é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
No exterior, a agenda econômica foi fraca. O destaque do dia foi a continuidade da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que se reuniram nesta manhã a fim de buscar um novo acordo. Em seu perfil na rede Truth Social, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que ele e o presidente da China, Xi Jinping, conseguiram resolver as “complexidades” em relação às tarifas de importação e reiterou que a conversa “resultou em uma conclusão muito positiva para ambos os países”.