O Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira, 5, um novo corte de 0,25 ponto percentual em suas principais taxas de juros, reduzindo a taxa  de depósito de 2,25% para 2%. Esta é a oitava redução seguida desde junho do ano ado. O movimento marca o ciclo de flexibilização monetária mais rápido da história da instituição.  

“A inflação situa-se em torno do objetivo de médio prazo de 2%”, diz o comunicado do BCE, que também reforça que a decisão foi baseada na “avaliação atualizada do Conselho do BCE das perspectivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”.

 Para 2026, a previsão também recuou de 1,9% para 1,6%. A redução está ligada, principalmente, à queda esperada nos preços da energia e à valorização do euro. Já a inflação subjacente — que exclui energia e alimentos — deve encerrar 2025 em 2,4%, e depois recuar para 1,9% nos dois anos seguintes.

Em relação ao crescimento, o PIB da zona do euro deve avançar 0,9% em 2025, 1,1% em 2026 e 1,3% em 2027. O BCE destaca que o início deste ano foi mais forte do que o previsto, mas que o restante de 2025 deve ser mais fraco. Fatores como a incerteza no comércio internacional podem afetar o investimento e as exportações. Por outro lado, o aumento de gastos públicos e o mercado de trabalho aquecido devem ajudar a sustentar a atividade econômica no médio prazo.

Apesar do corte, o BCE não se comprometeu com uma trajetória fixa de redução de juros. A autoridade monetária afirmou que continuará tomando decisões reunião a reunião, com base nos dados de inflação e atividade.

“Uma nova intensificação das tensões comerciais nos próximos meses levaria a que o crescimento e a inflação se situassem abaixo das projeções de referência”, diz o comunicado. Em um contexto de incertezas, especialmente ligadas às tensões comerciais globais, o banco reforçou que o objetivo segue sendo manter a inflação ancorada na meta de 2% no médio prazo.

Fim do ciclo de corte de juros

Ao ser questionada se essa decisão finaliza os cortes de juros, a presidente do BCE, Christine Lagarde, durante a coletiva. “Estamos em uma posição confortável, levando em conta a trajetória atual e o corte de 25 pontos-base que decidimos, para enfrentar as incertezas que virão. Mas, como se lê na nota de política monetária, decidiremos reunião a reunião com base nos dados.’”

“Acho que estamos chegando ao fim de um ciclo de política monetária que vinha respondendo a choques sobrepostos, incluindo a Covid… a guerra ilegítima na Ucrânia e a crise energética”, disse.

No entanto, apesar da boa posição, o cenário será analisado, avaliado e mensurado pelo BCE. Vamos analisar reunião a reunião, disse Lagarde. “Claro, agora vivemos um momento diferente, com atores diferentes, parceiros diferentes, políticas diferentes, e continuaremos a analisar, avaliar e mensurar para garantir que cumpramos nossa meta de inflação de 2% no médio prazo”, afirmou.

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