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Banco Central dos EUA corta taxa de juros em 0,50 ponto percentual

Este é o primeiro corte desde 2020, reduzindo para a faixa entre 4,75% e 5%; mais da metade dos investidores projetam corte de 0,25 p.p. na próxima reunião

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 set 2024, 16h34 - Publicado em 18 set 2024, 15h02

O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, realizou nesta quarta-feira, 18, o primeiro corte de juros desde 2020, reduzindo para a faixa entre 4,75% a 5%. Esse movimento, aguardado com expectativa por investidores globais, inicia um afrouxamento na política monetária após um período de aperto prolongado. “À luz do progresso na inflação e do equilíbrio de riscos, o Comitê decidiu reduzir a faixa-alvo para a taxa de fundos federais em 0,50 ponto percentual”, disse o banco em comunicado.

A decisão foi quase unânime: 11 membros votaram a favor da redução de 0,50 ponto percentual, enquanto apenas um preferia uma medida mais moderada, de 0,25 ponto percentual. No entanto, a trajetória futura do Fed permanece envolta em incerteza, com sinais mistos sobre o ritmo de novos cortes e o impacto nas condições econômicas do país.

A decisão desta quarta-feira era amplamente aguardada: enquanto 59% dos participantes do mercado apostavam em um corte de 0,50 ponto percentual, 41% projetavam uma redução mais moderada, de 0,25 ponto. Essa divisão reflete as incertezas quanto à velocidade com que o Fed estará disposto a aliviar as condições monetárias, especialmente em um cenário em que a inflação já recuou de 3,3% em maio para 2,5% em agosto — o menor resultado desde fevereiro de 2021 — e a taxa de desemprego subiu de 3,5% para 4,2%.

Apesar desse corte, o atual nível de juros ainda é o mais alto em duas décadas, evidenciando a cautela do Fed ao lidar com uma inflação que, embora tenha recuado, ainda pode apresentar riscos, particularmente se novas pressões de oferta ou choques externos surgirem. O desafio central é calibrar uma redução gradual que mantenha o controle sobre a inflação, mas sem estrangular o crescimento econômico. A inflação pode estar desacelerando, mas os formuladores de política monetária sabem que uma flexibilização rápida demais pode reacender as pressões inflacionárias.

“O Comitê estaria preparado para ajustar a postura da política monetária conforme apropriado se surgirem riscos que possam impedir a obtenção das metas do Comitê. As avaliações do Comitê levarão em conta uma ampla gama de informações, incluindo leituras sobre as condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas de inflação e desenvolvimentos financeiros e internacionais”, pontua o comunicado.

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A expectativa do mercado para as próximas reuniões do Fed, incluindo a de novembro, aponta para cortes mais modestos. Segundo as projeções mais recentes, 61,9% dos investidores esperam um corte de 0,25 ponto percentual, enquanto previsões de cortes mais agressivos parecem improváveis a curto prazo. A agência de classificação de riscos Moody’s projeta reduções de 0,25 ponto percentual nas duas reuniões restantes deste ano, enquanto o banco Goldman Sachs acredita que o Fed adotará uma postura mais equilibrada.

O corte nas taxas, embora importante, pode ser apenas uma parte da mensagem transmitida pelo Fed. A atenção dos investidores agora se volta para o “dot plot”, um gráfico que revela as expectativas individuais dos membros do comitê (FOMC) sobre o caminho futuro das taxas de juros. Esse gráfico será crucial para entender a visão de longo prazo do Fed e suas intenções para além desse ciclo de cortes.

O dilema do Fed é claro: embora a inflação tenha dado sinais de arrefecimento, o crescimento econômico do país ainda enfrenta riscos, com uma desaceleração no setor imobiliário e um mercado de trabalho começando a mostrar rachaduras. Além disso, a volatilidade global, incluindo tensões geopolíticas e uma desaceleração nas economias emergentes, pode complicar a tomada de decisão do Fed nos próximos meses. A expectativa é que o banco central americano caminhe com cautela, equilibrando o controle da inflação com a preservação de um crescimento econômico robusto.

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