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Andrea Bocelli mostra força da combinação de arte e fé nas redes 31175n

Na Catedral de Milão, o tenor trouxe consolo e beleza até aos que não professam da mesma crença, misturando a tradição religiosa ao novo alcance da internet 6s1m68

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 abr 2020, 12h57 - Publicado em 13 abr 2020, 12h34

Causa arrepios – e até algumas lágrimas – as cenas da apresentação do tenor Andrea Bocelli neste domingo de Páscoa, 12, na imponente e vazia Catedral de Milão. Acompanhado apenas por Emanuele Vianelli, o organista da catedral, Bocelli entoou canções sacras comuns a católicos e a eruditos da música clássica, como a belíssima Ave Maria de Bach/Gounod. Aos 15 minutos de apresentação, uma surpresa. O tenor italiano deixa o altar e caminha pela nave central do templo, até a porta. A solidão permite que seus os sejam ouvidos. Do lado de fora, um microfone o espera. Ele então canta Amazing Grace, composição de origem anglicana, popularizada pelos protestantes dos Estados Unidos – e hoje parte da cultura pop, com versões que vão do country à inconfundível Aretha Franklin. A tocante canção, na irretocável voz de Bocelli, já seria por si só majestosa. Mas cenas de grandes cidades vazias, como Paris, Londres e Nova York, apresentadas em paralelo, deixam o momento ainda mais marcante e hipnótico.

Por míseros 30 minutos, o tenor conseguiu um grande feito: trouxe beleza e uma pitada de esperança a um mundo devastado. Tomada pela pandemia da Covid-19, a Itália foi um dos países mais afetados. Seus monumentos turísticos completamente vazios competem com filmes apocalípticos que, por um instante, fazem parecer que a humanidade perdeu a guerra. Bocelli, cantando diante da Duomo, prova o contrário: a guerra não está perdida. É histórica a participação da arte, muitas vezes aliada à fé, no processo de cura e alívio em tempos difíceis. Livros, pinturas e canções ajudaram (e ainda ajudam) o homem a enfrentar sua própria finitude e fragilidade diante de forças incontroláveis. É inédito, porém, o uso da arte e da força da fé combinados à uma pandemia mundial em um cenário tecnológico, em que as redes sociais são a principal vitrine para o mundo. Assim, a potência da apresentação do italiano ganha nova dimensão.

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Bocelli foi visto simultaneamente, ao vivo, por 2,7 milhões de espectadores pelo mundo – número que, ironicamente, não supera as lives sertanejas que se proliferaram pelo Brasil. Agora disponível no YouTube, a apresentação soma 26 milhões de visualizações em menos de 24 horas. Porém, número algum pode medir neste momento a relevância histórica e a beleza artística de um solitário cantor diante de um monumento histórico entoando frases de esperança.

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