Abril Day: Assine Digital Completo por 1,99

Taça cheia: os espumantes disparam na preferência dos brasileiros 5h3f6t

Impulsionado pelos rótulos nacionais, o consumo da bebida supera o de vinhos finos 6h261v

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 12h27 - Publicado em 21 ago 2022, 08h00

Na recente história de sucesso do mercado brasileiro de vinhos, o ano de 2021, em plena pandemia, será tratado como ponto de inflexão, o início de uma nova era. Pela primeira vez, os consumidores preferiram rótulos de melhor qualidade: foram comprados 217 milhões de litros de produtos finos, de uvas europeias, ante 205 milhões de litros de garrafas de mesa, majoritariamente de cepas americanas. Outro ineditismo, agora revelado: a expansão dos espumantes entre os exemplares de qualidade. Foram 40,4 milhões de garrafas de borbulhantes, mais do que os 36 milhões dos chamados vinhos “tranquilos”, sem gás. Diante desse cenário, o Brasil torna-se simultaneamente um respeitável produtor e também irador dessa família de bebida.

Trata-se de um processo que ganha força há quase vinte anos, desde que as vinícolas nacionais perceberam o potencial que as uvas tradicionais usadas na fabricação dos espumantes, a pinot noir e a chardonnay, demonstraram em nosso solo, especialmente no Sul do país. Em 2021, 303 das 414 medalhas obtidas por vinhos brasileiros foram para espumantes. Um deles, o 130 Blanc de Blanc, da Casa Valduga, de Bento Gonçalves (RS), venceu um dos mais importantes concursos: o Vinalies Internationales, em Paris. Houve empolgação no país com a láurea inédita, e muitos ousaram acreditar que fora eleito “o melhor do mundo”.

TRADIÇÃO - Vinhedo da Casa Valduga, em Bento Gonçalves: a região produz marcas premiadas -
TRADIÇÃO - Vinhedo da Casa Valduga, em Bento Gonçalves: a região produz marcas premiadas – (Casa Valduga/Divulgação)

Hoje, há uma enorme variedade de estilos à disposição. O espumante — que pode ser feito com esse nome em qualquer lugar do mundo, e não tem a exclusividade territorial do champanhe francês — é um vinho de dupla fermentação natural. Esmagam-se as uvas na primeira etapa para seu mosto se transformar em bebida alcoólica. A segunda forma o gás carbônico, ou melhor, as borbulhas. Existem dois métodos principais para a segunda fermentação. No Charmat, ela ocorre em grandes tanques de inox, chamados de autoclaves. No Champenoise, conhecido como tradicional ou clássico, a segunda fermentação acontece na garrafa. Há também o método Asti, que no Brasil é usado na fabricação de moscatel, que se diferencia dos anteriores porque a segunda fermentação não é feita com o vinho pronto, mas com o mosto guardado da primeira etapa. Os três métodos são aplicados aqui, embora predomine o Charmat. Tais processos proporcionam, evidentemente, bebidas diferentes. Conforme o nível de açúcar, os espumantes Charmat e Champenoise podem ser classificados como nature, extra-­brut, brut, seco, meio seco e doce.

arte espumantes

Continua após a publicidade

Tamanha diversidade, associada à qualidade, é atalho para a conquista de novos espaços, em uma clara mudança de comportamento. “Deixou de ser algo para celebrar um aniversário ou estourar no réveillon e virou bebida do dia a dia, para tomar em um churrasco, em um jantar, ou deixar na porta da geladeira como aperitivo”, diz o sommelier Tiago Locatelli, da importadora Decanter. Acrescente-se o preço: é possível encontrar boas opções nacionais por apenas 50 reais, enquanto os rótulos importados mais atrativos, como o clássico Freixenet espanhol, o prosecco e o lambrusco italianos, custam pelo menos o dobro.

Lembre-se, contudo, que nomes míticos como Veuve Clicquot, Moët & Chandon e Taittinger mantém seu apelo, apesar de poder alcançar 400 reais por garrafa. E então, para quem não abandona o que vem de fora e adora as pérolas de um espumante, a onda são os chamados Champagne de Vigneron, de pequenos produtores ses. “Há entre eles uma liberdade maior de técnicas e de uso de uvas variadas”, diz Alaor Lino, da importadora Anima Vinum. Seja buscando o desconhecido, seja procurando o melhor custo-benefício, lá fora ou nas terras de cá, o brasileiro tem erguido brindes com taças mais alongadas. É uma saborosa novidade.

Publicado em VEJA de 24 de agosto de 2022, edição nº 2803

Publicidade

Matéria exclusiva para s. Faça seu

Este usuário não possui direito de o neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu

ABRIL DAY

Digital Completo 4b3v3b

o ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 1,99/mês*

Revista em Casa + Digital Completo 1f5w5z

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*o ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.