Dior celebra a ‘dolce vita’ com looks claros e transparentes em palácio medieval de Roma 4wh1h
A estilista Maria Grazia Chiuri celebrou sua cidade natal em desfile com referências a um romance da década de 1960 e simbolismos históricos 1t225h

De forma comovente e em quase todos tons claros, Maria Grazia Chiuri homenageou Roma, sua cidade natal, no desfile Cruise 2026 da Dior, realizado nos espetaculares jardins da Villa Albani Torlonia, palácio do século XVIII que abriga a maior coleção privada de esculturas gregas e romanas da antiguidade, na noite desta terça-feira, 27. “Quero mostrar o que amo, o que realmente amo”, disse a estilista, pouco antes da apresentação que misturou um pouco de alta costura, em uma coleção delicadamente romântica e aparentemente frágil.
Desta vez, nada de bandeiras. Maria Grazia promoveu um espetáculo permeado por significados autobiográficos, nuances culturais e simbolismos históricos partindo de uma inspiração em um romance ambientado na capital italiana da década de 1960, “La Bella Confusione”. Essa a intenção: confundir. “Uma bela confusão”, afirmou.
Ela explicou ainda, que em parte, estava chamando a atenção para o papel que sua cidade desempenhou na moda, envolta na dolce vita dos anos 1950, auge glamoroso da indústria cinematográfica da Cinecittá e na glória de Valentino e Fendi, marcas para quem trabalhou. Além disso, celebrou a vida da herdeira, anfitriã e patrona das artes de vanguarda, Mimi Pecci-Blunt. (Maria Grazia e sua filha Rachele acabaram de restaurar seu teatro, o Teatro di Cometa).
É possível entender por que ela se identifica com Mimi. De várias maneiras, ao longo de nove anos na Dior, a estilista tem sido uma incansável apoiadora de artistas, artesãs e performers. Assim, para o desfile, ela também convidou dançarinos locais — vestidos de branco pelos figurinistas de cinema romano Tirelli — para apresentar um balé contemporâneo ao estilo da Commedia dell’Arte pelos jardins, em clara referência ao “Baile Branco” de Mimi, realizado em 1930, em Paris. Todos os convidados, aliás, estavam de branco.
Sobre a coleção, o desfile começa com alta-costura, em quatro conjuntos longos, finos e lindamente cortados de cashmere dupla face — um deles, um terninho e um fraque. “Só se pode fazer à mão”, disse Maria Grazia. “Algumas das coisas mais simples são as mais difíceis de fazer.”
Essa simplicidade minimalista, porém, suntuosa e idealizada, foi seguida por muitas variações do tema em vestidos longo, finos e semitransparentes. Os efeitos de renda eram quase incontáveis — florais tridimensionais, babados em filetes, recortes de folhas, babados ondulados art déco, treliças douradas cobertas com franjas de seda — e muito mais. Roupa íntima visível, sapatos baixos, e muito refinamento como uma ode à Roma.




