As relações de Carmo Dalla Vecchia com personagem ‘no armário’ 6u346o
Ator apresenta ‘Todo Chapéu Me Lembra Você’, em São Paulo i4r3v

Através da iniciativa Arena do Orgulho, com curadoria de Alexandre Putti, o Castro Festival, movimento que, ao longo do ano, enriquece a cultura LGBT+ em São Paulo, oferece uma programação diversificada que abrange música, arte e entretenimento, celebrando a pluralidade de vozes. Dentro desta edição, estreia nesta terça-feira, 15, em apresentação única no auditório do MASP, a peça Todo Chapéu Me Lembra Você, um espetáculo de Vitor Rocha, com os atores Carmo Dalla Vecchia e Theo Nogueira. A trama segue Thomaz, um jovem que retorna à vila natal para ajudar seu avô doente, confrontando fantasmas do ado e conhecendo Otto, um homem que vive escondido. A peça explora laços familiares e a busca por identidade em meio a desafios pessoais.
“Fala sobre a fé, amor, família, relação e diversidade. A história é de um homem que ficou trancado metaforicamente, e também realisticamente, dentro de um armário durante 20 anos. E aí aparece um garoto jovem, dentro da loja de chapéus, que veio vender a papelaria, porque o avô está no hospital e provavelmente não vai sair de lá. A partir daí, ele começa a ter conhecimento de toda a história dele, que ele não sabia, tem um resgate bonito de identidade”, explica Carmo.
Mesmo muito diferente de Otto, Carmo aponta que se relaciona com o personagem em outros lugares. “Durante muito tempo da minha vida entendi na carne o que era o mesmo preconceito que o Otto sofre. Quando ele fala sobre o fato de ter que se esconder, da sua identidade não ser algo simples e socialmente aceito, ele fala da solidão. Todos nós, em algum momento da vida, já nos sentimos sozinhos. É um personagem que me emociona . Se já acho que tenho histórico de entender o que significa o termo ‘preconceito de orientação sexual’, ele é elevado ao quadrado. Mesmo a gente sendo diferente, mas talvez porque não fiquei trancado num armário por 20 anos. Apesar de entender o que significa ficar trancado num armário para não incomodar os outros”, diz.