Analistas temem que Petrobras pague caro a conta do ajuste fiscal de Lula
Mudanças no setor de óleo e gás provocam incertezas entre gestores e investidores

Alguns analistas temem que a Petrobras pague — e pague caro — pela conta do ajuste fiscal do governo Lula. O ministério de Minas e Energia estaria preparando um pacote de medidas que geraria um incremento de até 40 bilhões de reais em receitas até 2026. Oficialmente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirma que metade das propostas já estaria incorporada ao orçamento do Brasil. As medidas contemplariam mudanças no imposto de participação especial (SPT), no preço de referência do petróleo da ANP, um leilão de direitos de produção em áreas não contratadas e leilões permanentes e de blocos exploratórios.
“A perspectiva de um aumento da carga tributária criou uma incerteza significativa para os investidores no setor de óleo e gás brasileiro”, escrevem os analistas da XP Investimentos em relatório enviado a clientes. “Para a Petrobras, o aumento do SPT poderia reduzir o rendimento do fluxo de caixa livre para acionistas. Também argumentamos que as possíveis saídas de caixa da Petrobras reduziriam os pagamentos de dividendos – dos quais o principal beneficiário é o próprio governo federal”, concluem.