Prefeitura avalia construir praça na Cracolândia, em São Paulo; veja mapa 28422e
Conhecida pela concentração de dependentes químicos, região foi esvaziada nas últimas semanas 605l62

A Prefeitura de São Paulo planeja construir uma praça na região da Cracolândia, no centro de São Paulo. O espaço deverá ocupar o perímetro entre a Rua dos Protestantes e a Rua General Couto Magalhães — área onde ficava localizado o “fluxo”, como é denominada a concentração de dependentes químicos — e faz parte de um projeto de recuperação da região. (Leia ao final)
Segundo o estudo preliminar de paisagismo, ao qual VEJA teve o com exclusividade, a praça contará com uma quadra de esportes, uma área de convivência com bancos e mesas, aparelhos de ginástica e um parquinho com brinquedos para crianças. Por estar em fase de análise, ainda não há um prazo para início das obras.
Em 13 de maio, o perímetro onde ficava localizado o “fluxo” amanheceu vazio. Segundo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), na ocasião, a sua gestão estava fazendo o que “ninguém teve coragem de fazer” e declarou que a Cracolândia iria “acabar”.
O governo estadual afirma que a desocupação de dependentes químicos do local é parte de uma extensa força-tarefa que envolve não apenas o governo, mas também a prefeitura, sob a gestão Ricardo Nunes (MDB), em áreas como saúde, segurança pública e assistência social.
De acordo com o vice-governador Felício Ramuth (PSD), que tem tomado a frente das ações estaduais em relação a usuários de drogas no centro da capital, cerca de 1.200 pessoas que frequentavam o entorno da Rua dos Protestantes estão internadas em unidades de saúde especializadas em todo o estado. Para Ramuth, ainda é cedo falar no fim da Cracolândia, algo que, segundo ele, só será possível de ser confirmado daqui a seis meses.
Ainda segundo o vice-governador, o governo do Estado e a prefeitura têm monitorado a movimentação de usuários no centro da capital e, segundo esse controle, não há focos de novas cracolândias na região.
Veja o projeto da praça:

Construção de prédios populares 55b73
No final de maio, a Prefeitura de São Paulo pediu que dois coletivos –Teatro de Contêiner Mungunzá e Tem Sentimento — deixassem a área que ocupam na Rua dos Gusmões, que, por sua vez, fica na lateral que fecha o triângulo do perímetro do antigo fluxo da Cracolândia. O terreno pertence à gestão municipal. Segundo a prefeitura, os terrenos serão destinados à construção de moradias populares.
Cena Aberta de Uso (Cau) 736s4v
Chamada de “Cena Aberta de Uso (Cau)”, o perímetro entre a Rua dos Protestantes e a Rua General Couto Magalhães, na Santa Ifigênia, foi alvo constante de disputa entre a istração pública, a Justiça e ONGs (organizações não governamentais). Em janeiro deste ano, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), questionou a Prefeitura a respeito de um muro construído no local.
Em resposta, a gestão Ricardo Nunes afirmou não haver confinamento na área e disse que o muro de alvenaria foi construído em maio de 2024 para substituir tapumes de metal que já existiam no entorno do terreno, que é uma área da própria prefeitura. A prefeitura também esclareceu que, além do muro de alvenaria, a instalação de gradis perpendiculares à estrutura se deu para facilitar o trabalho de abordagem dos profissionais de saúde e assistência social, “permitindo maior proximidade, circulação e visualização dos usuários, sobretudo os mais vulneráveis”.
As imagens abaixo mostram alterações no local entre 2023 e 2024:







