Os bastidores da reunião entre Bolsonaro e o PRTB, seu possível destino 2g3s21
Em conversa no Alvorada, presidente recebe integrantes da família que manda no partido, ouve cobranças por cargos, mas negociação evolui 4x6169

Jair Bolsonaro deu mais um o na direção do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro) ao receber os integrantes da família Fidelix, que manda na legenda, no final da tarde desta terça, 27, no Palácio da Alvorada. À mesa, caldo de cana, pastel e o futuro partidário do presidente da República, que promete definir para onde vai até a próxima segunda-feira, 3 de maio.
Estiveram presentes Levy Fidelix Filho, Lívia Fidelix e Karina Fidelix, todos filhos de Levy Fidelix, o fundador da sigla, que morreu na semana ada. A conversa foi amigável. Bolsonaro se mostrou, de fato, disposto a entrar na sigla, desde que possa assumir seu controle por completo, exigência que faz a todos os interessados em filiá-lo.
Os herdeiros de Fidelix também demonstraram interesse num acordo, sobretudo Levizinho e Lívia. Karina, embora não tenha externado isso na conversa, internamente, ainda se mostra receosa. O marido dela tem planos eleitorais em São Paulo. Pessoas próximas a eles dizem que o casal não descarta uma aproximação com João Doria (PSDB), virtual adversário de Bolsonaro em 2022. A palavra final, porém, caberá à viúva de Levy Fidelix e agora presidente do PRTB, Aldinéia.
Nem todos os momentos foram de convergência durante o bate-papo. Karina cobrou de Bolsonaro o fato de o PRTB não ocupar espaços no governo federal. Sem se alterar, o presidente reagiu e argumentou que o acordo firmado na campanha era entregar a vice-presidência da República ao partido, o que ocorreu. Hamilton Mourão é filiado à sigla. Bolsonaro lembrou ainda que há 64 cargos disponíveis na vice-presidência e se mostrou surpreso ao saber que nenhum deles estava com o PRTB. Antes mesmo da morte de Levy Fidelix, a decisão de Mourão de não entregar postos ao seu partido incomodava a família, sentimento que se agravou após a sua morte. O próprio Fidelix, em mais de uma ocasião, já dissera a Mourão que gostaria de participar do governo. Certa ocasião, chegou-se a ventilar a possibilidade de ele assumir a presidência da Embratur. Não aconteceu.
Ao fim da audiência, as partes combinaram de voltar a se reunir em breve e saíram com a convicção de que Bolsonaro pode, sim, desembarcar no PRTB. A presença de Mourão, segundo o presidente vem dizendo a pessoas de sua confiança, não seria empecilho, desde que não tenha que dividir poder com o seu vice, com quem não nutre boa relação há tempos.
Além do PRTB, o capitão está conversando com PSC (Partido Social Cristão), Brasil 35 (o antigo PMB), DC (Democracia Cristã), Patriota e PL (Partido Liberal), para onde suas chances de migrar são as menores.