Digital Completo: Assine a partir de R$ 9,90
Imagem Blog

Letra de Médico 2j4e2p

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Orientações médicas e textos de saúde assinados por profissionais de primeira linha do Brasil

Vermelhidão no rosto? Pode ser rosácea. Saiba reconhecer os sinais 4s5c

Doença inflamatória crônica da pele afeta milhões de pessoas em todo o mundo, mas diagnóstico e tratamento são dificultados por informações falsas 1yk2n

Por Alessandra Nogueira* 5 Maio 2025, 09h00

A rosácea é uma doença inflamatória crônica que afeta principalmente o rosto, sendo caracterizada por vermelhidão persistente ou recorrente. Essa vermelhidão pode surgir de forma gradual ou súbita, variando em intensidade e duração. A intensidade pode variar desde um leve rubor até uma coloração intensa que cobre grande parte do rosto. Essa reação pode ser temporária, durando apenas alguns minutos, ou persistente, permanecendo por semanas ou meses.

Fatores como exposição ao sol (radiação UV), álcool (especialmente vinho tinto), alimentos picantes (como pimenta e curry), estresse emocional (ansiedade e frustração), exercícios intensos, mudanças de temperatura (calor ou frio extremos) e certos cosméticos (produtos com álcool ou fragrâncias fortes) podem desencadear ou agravar a condição. Além da vermelhidão, podem aparecer vasos sanguíneos visíveis (telangiectasias), ardência, ressecamento, coceira e sensação de calor intenso. Em casos graves, surgem lesões inflamadas semelhantes à acne, mas sem os comedões típicos (cravos e espinhas).

A rosácea pode também afetar os olhos, resultando na rosácea ocular, que se manifesta como irritação, olhos secos, vermelhos e sensibilidade à luz (fotofobia) sensação de areia nos olhos, visão turva e, em casos mais graves, inflamação da córnea, conhecida como ceratite. Nos homens, a apresentação mais comum é a rinofima, caracterizada pelo espessamento do nariz. Esse espessamento pode variar de um leve aumento de volume até deformidades graves que impactam a aparência e, em casos extremos, a respiração.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a rosácea afeta entre 1,5% e 10% da população, sendo mais comum em adultos entre 30 e 50 anos, especialmente em mulheres. A predisposição genética e fatores ambientais desempenham um papel importante no desenvolvimento dessa condição.

Além dos sintomas físicos, a rosácea impacta profundamente a autoestima e a qualidade de vida dos pacientes. Sua visibilidade pode causar ansiedade, estresse e insegurança, levando ao isolamento social devido ao medo de julgamento e estigma. Muitos pacientes relatam sentimento de frustração, vergonha e isolamento social, afetando negativamente sua saúde mental. A doença pode levar a problemas de relacionamento, dificuldades no trabalho e até depressão.

Continua após a publicidade

Como identificar a rosácea? 6f5j4e

O diagnóstico é clínico e deve ser feito por um dermatologista, que avaliará os sintomas e, se necessário, poderá recomendar exames complementares, como biópsia da pele, para descartar outras condições, como acne vulgar, lúpus eritematoso ou dermatite seborreica. A rosácea é classicamente associada a mulheres de pele clara, onde a doença também é mais facilmente diagnosticada. Isso se deve, em parte, ao fato de que a vermelhidão (eritema), um sinal clássico da condição, torna-se mais evidente em peles claras, facilitando o diagnóstico visual.

No entanto, estudos recentes indicam que pessoas com pele mais escura também são afetadas pela rosácea, mas são diagnosticadas com menos frequência. Essa disparidade pode ser atribuída à dificuldade em identificar os sinais típicos de vermelhidão e vasos sanguíneos visíveis, que não se destacam tanto quanto em peles mais claras. Em pessoas com pele escura, os sintomas podem incluir hiperpigmentação pós-inflamatória (escurecimento da pele após a inflamação), pápulas e pústulas (lesões semelhantes à acne), calor excessivo e sensação de ardência, além de inchaço facial e pele seca.

Além disso, a rosácea em peles escuras pode apresentar características atípicas, como o predomínio de sintomas como a sensação de queimação e o aparecimento de lesões semelhantes à acne, dificultando ainda mais o diagnóstico. A ausência de vermelhidão evidente pode levar os profissionais de saúde a descartarem a rosácea como diagnóstico, resultando em tratamentos inadequados e prolongamento do sofrimento do paciente.

Continua após a publicidade

Como controlar a rosácea? 1h223b

Atualmente, a rosácea não tem cura definitiva.  O tratamento pode incluir medicamentos tópicos (cremes e géis), medicamentos orais (antibióticos e isotretinoína) e procedimentos a laser para reduzir a vermelhidão e os vasos sanguíneos visíveis. Além do tratamento médico, é importante adotar medidas de autocuidado, como evitar os fatores desencadeantes, usar protetor solar diariamente e manter a pele hidratada. Essas medidas específicas ajudam a minimizar seus sintomas e evitar crises.

O uso de produtos adequados também faz parte do tratamento, priorizando produtos de limpeza e hidratação formulados para peles sensíveis propensas à vermelhidão, sem substâncias irritantes como álcool, fragrâncias artificiais. Além disso, usar protetor solar é essencial, pois a exposição solar pode agravar os sintomas da rosácea. 

Também é importante evitar os gatilhos conhecidos, como alimentos picantes, bebidas alcoólicas (especialmente vinho tinto), bebidas quentes, estresse e exposição a temperaturas extremas, que podem desencadear crises. Como a rosácea é uma condição crônica, seu acompanhamento médico regular é fundamental para ajustes no tratamento conforme a evolução do quadro. 

Continua após a publicidade

A rosácea não precisa ser um obstáculo para a autoestima e bem-estar. Com os cuidados corretos e o acompanhamento de um dermatologista, é possível viver com mais conforto e segurança.

*Alessandra Nogueira (CRM-SP 99849) é diretora de Medical Affairs da Galderma, médica dermatologista formada pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD).

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Matéria exclusiva para s. Faça seu

Este usuário não possui direito de o neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única digital

Digital Completo 4b3v3b

o ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
OFERTA RELÂMPAGO

Revista em Casa + Digital Completo 1f5w5z

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai a partir de R$ 7,48)
A partir de 29,90/mês

*o ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.