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Em nome do riso 5n6x1p

O bom humor faz bem à saúde 1x5y3i

Por Lucilia Diniz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 Maio 2025, 15h52 - Publicado em 30 Maio 2025, 06h00

Entre todos os animais, apenas o homem é capaz de rir, lembra Umberto Eco em sua obra maior, O Nome da Rosa. No romance, que trata de disputas de poder em uma abadia medieval, a maneira como cada personagem encara essa capacidade humana pode levar à sabedoria — ou à ruína. Ao ver outro dia o livro ser rapidamente mencionado, fui levada de volta à sua complexa trama. O centro do mistério é o segundo volume de Poética, de Aristóteles, cujo tema era a comédia. O texto do filósofo grego se perdeu, mas, na história imaginada por Eco, um raro exemplar dele está escondido numa biblioteca do mosteiro. Foi tirado de circulação por um velho monge cego, que toma para si a missão de garantir — a qualquer preço — que ele permaneça esquecido e que não se ouse louvar o riso.

A obsessão do vilão de Eco se baseia no fato de que rir nos tira o medo. Para ele, se o homem se entrega à alegria e ao humor, deixa de temer a morte — e esse destemor levaria à quebra das regras. O malvado religioso tinha razão, de certa forma. Quem há de negar que, de fato, quando nos deixamos contagiar pelo riso e mantemos uma perspectiva otimista, nos sentimos mais fortes para enfrentar as adversidades?

“Quem há de negar que, quando nos deixamos contagiar pela alegria, nos sentimos mais fortes?”

A bem da verdade, rir não é uma qualidade exclusiva do ser humano, como acreditavam os antigos citados no romance. Outros animais também o fazem — os chimpanzés, por exemplo, demonstram comportamentos similares. Mas nenhuma outra espécie consegue dar risada de forma tão variada ou significativa como nós. O que faz uma pessoa rir não é, necessariamente, a mesma coisa que leva outra às gargalhadas. Esse aspecto meio indefinido explica o fato de que, muito depois de Aristóteles, tantos filósofos, cientistas e estudiosos tenham se dedicado ao tema.

Rimos com o corpo — se alguém nos faz cócegas, por exemplo —, e há bastante pesquisa para entender por que algumas áreas geram mais essa sensação, que alguns apreciam e outros detestam. As cócegas são tão poderosas que chegaram a ser usadas como tortura na Segunda Guerra Mundial. Mas rimos também com a alma — embora não seja simples explicar o que há de tão engraçado em algo que a maioria das pessoas considera cômico, como um filme de Chaplin.

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Os motivos da graça não são unânimes, mas há bastante concordância sobre seus benefícios. Em 1976, um cientista que sofria de um tipo muito doloroso de artrite descobriu que o riso espontâneo tinha efeito anestésico, ajudando a ar as dores intensas que sentia. Segundo descreveu em um artigo para uma revista de medicina, dez minutos de risadas lhe proporcionavam duas horas de sono sem sofrimento.

De lá para cá, muitos estudos aram a associar o riso e o humor a uma maior tolerância à dor e a impactos positivos em doenças variadas. Atividades como as dos “doutores da alegria” — grupos de comediantes que atuam em hospitais — não servem, portanto, apenas como distração. Uma revisão recente de oito pesquisas científicas concluiu que as risadas são capazes de reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, mais do que outras atividades cotidianas. Rir, portanto, se não é o melhor remédio, é com certeza um excelente tratamento auxiliar.

Publicado em VEJA de 30 de maio de 2025, edição nº 2946

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