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Harry Potter impulsionou comércio ilegal de corujas na Indonésia 6a1o44

Aumento das aves nos mercados indonésios coincidiu com o lançamento dos livros e filmes da saga no país 1d3a61

Por Da Redação Atualizado em 4 jun 2024, 20h24 - Publicado em 28 jun 2017, 19h36

O número de corujas comercializadas ilegalmente na Indonésia disparou nas últimas décadas. O principal motivo? A popularidade da saga Harry Potter, afirmam cientistas da Oxford Brookes University, na Grã-Bretanha. Em estudo publicado recentemente na revista científica Global Ecology and Conservation, eles indicam que a história de bruxos que têm corujas de estimação, criada por JK Rowling, popularizou o hábito de criar a ave dentro de casa.

Antes da saga, as corujas eram chamadas de Burung Hantu na língua malaia, a mais falada entre os indonésios, o que significa “pássaro-fantasma” em português. Agora, elas são referidas como Burung Harry Potter, ou “Ave Harry Potter”. Como consequência, o número de animais vendidos chegou a 13.000 em 2016, quantidade que se restringia a poucas centenas antes da série de livros e filmes chegar ao país, em 2000 e 2001, respectivamente. Os pesquisadores temem, inclusive, que esta popularização ameace a conservação de espécies mais raras do gênero, que não recebem nenhum tipo de proteção por parte do governo indonésio.

Estudos anteriores já haviam demonstrado a crescente procura por corujas motivada por Harry Potter, na Índia, em 2010. Desde então, o comércio da ave continuou a crescer na região, conforme reportado por um relatório de 2015, com a colaboração do biólogo Vincent Nijman, um dos autores do recente estudo.

Ao identificar que grande parte do tráfico ilegal de aves dizia respeito as corujas, o cientista decidiu avaliar a evolução do comércio dessas aves na Indonésia. Para isso, ele e sua colega, K. Anne-Isola Nekaris, contabilizaram a presença do pássaro nos mercados e feiras das ilhas de Java e Bali, entre 1979 e 2010, por meio de relatórios e, de 2012 a 2016, por meio de 109 vistorias em vinte lojas.

Como resultado, a equipe verificou que, nas décadas de 1980, 1990 e 2000, estes pássaros eram raramente encontrados à venda. No entanto, no fim dos anos 2000, diversas espécies já estavam sendo comercializadas, com dez ou mais exemplares por comércio. Nos últimos anos, o número cresceu ainda mais e, em média, 17 corujas são encontradas por mercado.

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Nos maiores comércios de Jacarta, capital e maior cidade da Indonésia, por exemplo, encontram-se 30 a 60 corujas à venda, com a variedade de até oito espécies, afirma a pesquisa. Os preços variam, em média, de vinte a cem reais por pássaro. A grande maioria é capturada no meio selvagem, sendo raras as domesticadas.

A legislação indonésia, no entanto, proíbe o comércio de espécies selvagens para as quais ainda não há cota de captura oficial, o que é o caso de corujas. Mas, até o momento, nenhuma atitude foi tomada pelo governo. A Indonésia também não monitora a população selvagem dessas aves, o que impede a mensuração do real impacto do aumento das vendas. Dessa forma, as consequências estão restritas a estimativas feitas por cientistas, mas como as corujas são animais noturnos, pode ser que seu declínio seja menos notado.

Para incentivar a conservação, os autores pedem a inclusão de corujas, assim como todas as aves de rapina diurnas, na lista de espécies protegidas do país como um “primeiro o para atenuar os efeitos negativos dessa crescente tendência”, escrevem no estudo.

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