Recriação do imposto sindical irrita parlamentares 27423s
Senadores e deputados consideram projeto inapropriado e prometem impedir a tramitação da proposta 411gn

A nova investida do governo Lula para recriar o imposto sindical, extinto em 2017, irritou deputados e senadores da oposição, que prometem se mobilizar para enterrar a tramitação da proposta.
O projeto de criação de uma ‘contribuição sindical’, que voltaria a descontar um dia de trabalho de cada trabalhador com carteira assinada, será apresentado nas próximas semanas pelo deputado Luiz Gastão (PSD-CE). Patrocinador do projeto, o governo pretende permanecer anônimo, mas como mostrou VEJA, o Ministério do Trabalho vai chancelar o texto final, antes da apresentação no Congresso.
A notícia desagradou deputados e senadores de oposição. A recriação do imposto foi uma promessa de Lula às centrais sindicais durante a campanha, mas os parlamentares não acreditavam que o governo insistiria na proposta.
O deputado Luiz Carlos Hauly (Pode-PR) lembra que a volta do tributo tem como objetivo apenas abastecer o caixa de sindicatos, centrais, federações e confederações, sejam de trabalhadores ou patronais. “Nós vamos radicalizar, não vamos deixar esse projeto ar aqui no Congresso Nacional”, diz Hauly. O novo imposto arrecadaria cerca de 4 bilhões de reais por ano.
O deputado Maurício Marcon (Pode-RS) também garante que o projeto não será aprovado. “Essa contribuição sindical não vai ar, não tem voto,”, diz Marcon. “Isso é uma forma de ressuscitar o imposto sindical, para a turma dos sindicatos fazerem campanha para a esquerda. É para isso que querem tirar o dinheiro do trabalhador”, adverte.
Moro diz que o novo imposto representa ‘assalto’ 366n3n
No Senado, a reação da bancada oposicionista também foi intensa. “Isso representa mais um assalto ao bolso do trabalhador”, disse o senador Sergio Moro (União-PR). “Contribuições a sindicatos ou a associações têm que ser voluntárias, sem truques ou artimanhas próprias do governo Lula”.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) é outra que promete impedir a ressurreição do tributo. Ela ressalta que as relações de trabalho mudaram no mundo inteiro e hoje o empregado pode negociar diretamente com o patrão, incluindo direitos como home office e jornadas de trabalho diferentes.
“A população brasileira não a mais tanto imposto. Estamos numa situação de crise absoluta. Impor ao trabalhador mais uma contribuição compulsória, mais uma obrigação, tirar do pequeno salário do trabalhador, isso não tem cabimento”, disse a senadora.