Universidades se debruçam na criação de cimento verde 3km70
Alternativa para o convencional, ganha destaque pela maior pegada ambiental, como diminuição dos gases do efeito estufa 625ww

O cimento verde é uma boa arma para diminuir o impacto da indústria da construção civil, que é uma das mais poluentes do meio ambiente. Há muitas iniciativas neste sentido. Um novo tipo acaba de sair do forno da Universidade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP. Desenvolvido com fibras vegetais, ele é capaz de absorver 100 quilos de dióxido de carbono (CO2), por metro cúbico. Isso se deve a um novo elemento, que faz papel de ligante, que substitui compostos à base de cálcio por óxido de magnésio e CO2. O resultado é um cimento mais resistente. A ideia dos pesquisadores é usar o CO2 gerado durante a produção de etanol de cana-de-açúcar. A operação limparia cerca de 11,3 milhões de toneladas produzidos no estado.
Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis , São Paulo foi o maior produtor de etanol do Brasil, com 14,7 milhões de metros cúbicos, cerca de 45% da produção nacional. Tecnologias como a do cimento verde pode contribuir de forma decisiva para a descarbonização da matriz energética nacional. O processo de captura de CO2, por materiais cimentícios ocorre por meio da reação entre espécies alcalinas, presente da matriz e o ácido carbônico (H2CO3), a partir da dissolução do CO2, na água existente no sistema. Os cimentos feitos com magnésio resultam em produto mais resistentes. Isso porque, segundo o pesquisador Adriano Azevedo, como os carbonatos de magnésio, como produto da carbonatação, tende a se precipitar nos poros vazios da estrutura, aumentando a densidade e diminuindo a absorção de água. Além de contribuir com as propriedades mecânicas, favorecem a durabilidade, sempre que a composição tem na estrutura fibras. O projeto pretende aprimorar o processo produtivo e promover o modelo de negócio mais sustentável.
Leia:
+/agenda-verde/concreto-feito-com-adicao-de-borra-de-cafe-pode-ser-ate-30-mais-resistente/
Há outras iniciativas de desenvolvimento de cimentos verdes, pelo Brasil. Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará criaram um modelo fabricado a partir de resíduos das industrias siderúrgicas do Estado. A fórmula do ecocimento, desenvolvido no Departamento de Engenharia Estrutural e Construção Civil, já conta com a carta-patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial. O processo está mais adiantado, que o paulista.