UE se aproxima de objetivos climáticos mesmo com reação contrária à agenda verde 5i2o5t
Bloco está a um o de atingir objetivo de redução de emissões para 2030 3q5n46

Mesmo em meio à crescente pressão política para suavizar sua agenda ambiental, a União Europeia está prestes a cumprir sua principal meta climática de médio prazo.
Dados preliminares indicam que o bloco está a apenas um ponto percentual de alcançar a redução de 55% nas emissões de gases de efeito estufa até 2030, em relação aos níveis de 1990.
Segundo fontes com o aos dados internos, a Comissão Europeia deverá anunciar nos próximos dias que os cortes nas emissões devem atingir cerca de 54%.
O avanço representa um impulso importante para a Comissão, que tem enfrentado desafios políticos e econômicos significativos desde a pandemia de Covid-19, ando pela crise energética provocada pela guerra na Ucrânia e o impacto das tensões comerciais com os Estados Unidos.
Boa parte da redução nas emissões vem do setor de energia, de acordo com a organização de análise climática Ember. A expansão das energias solar e eólica foi determinante.
No entanto, o bom desempenho global esconde desigualdades entre setores e países.
A agricultura continua sendo o único setor sem metas obrigatórias de emissões — um “elefante na sala”, nas palavras de um dos funcionários europeus. Protestos de agricultores contra medidas ambientais vêm se intensificando em diversos países.
O setor de transporte também segue como um dos mais lentos na redução de emissões, segundo dados recentes da Comissão Europeia.
Já a indústria pesada alega que boa parte dos cortes decorre da queda na produção e do fechamento de fábricas, não de descarbonização estrutural.
Além disso, a contribuição da UE para o esforço global continua limitada: em 2023, o bloco foi responsável por cerca de 6% das emissões mundiais — uma queda significativa em relação aos 15% registrados em 1990. No mesmo período, as emissões globais aumentaram mais de 60%.
Os dados chegam em um momento estratégico: em breve, a Comissão apresentará o plano para atingir a meta climática de 2040, que prevê uma redução de 90% nas emissões.
O objetivo será decisivo nas negociações globais da COP30, prevista para ocorrer no Brasil.
No entanto, o novo alvo já provoca divisões dentro do bloco. Enquanto países como Itália, Polônia e França demonstram ceticismo, a Alemanha sinalizou apoio condicionado à possibilidade de usar créditos de carbono para atingir o objetivo.
A pressão por mudanças na legislação ambiental da UE também tem aumentado, especialmente com o plano de proibir a venda de novos veículos a combustão até 2035 — medida vista como um desafio para a indústria automobilística europeia, que perde competitividade frente a fabricantes da China e dos EUA.
Apesar da proximidade com a meta de 2030, organizações da sociedade civil alertam que os avanços podem ser superficiais.
A ONG CAN Europe afirma que, na maioria dos países, “as políticas e medidas em vigor ainda são insuficientes para garantir o cumprimento efetivo dos compromissos climáticos”.