Mato Grosso nega pedido de ação do MP para evitar morte de animais no Pantanal 5t3s51
Secretaria do Meio Ambiente do estado responde que não há “risco de sobrevivência” da fauna e promotores analisam ofício 175q1h

Nesta sexta-feira, 6, a Secretaria do Meio Ambiente (SEMA)de Mato Grosso do Sul respondeu negativamente ao ofício expedido pelo Ministério Público (MP), que pede ação urgente para evitar a morte dos animais na Estrada Parque Transpantaneira, que liga Poconé à Cuiabá. Os promotores recomendam que haja suplementação de água. Mas na devolutiva oficial da pasta responsável diz que “dados coletados pelas equipes de monitoramento de campo, até o momento não evidenciou-se riscos à sobrevivência das espécies de animais silvestres”.
A recomendação do MP foi embasada no monitoramento do ICMBio e Grad, principal grupo de e e resgate da fauna do país, conhecido por atuar em grandes tragédias como a de Brumadinho, em 2019, e a do Rio Grande do Sul, que ficou submersa este ano. A entidade já havia apontado, sem sucesso, a necessidade da intervenção do governo na garantia da segurança dos animais durante audiências públicas. Sem conseguir avançar recorreu ao Ministério Público, que depois de análise e investigação, expediu a notificação.
Em julho, o ICMBio iniciou monitoramento na Transpantaneira. O monitoramento dos 105 quilômetros da estrada apontou 22 pontos críticos. Observaram 899 vertebrados, entre aves, mamíferos e répteis. Ao todo, 154 espécimes têm algum grau de ameaça. No grupo, 54,5% eram Mutuns-de-penacho, 16,2%, Antas; 11%, Cervos-do-Pantanal; 3,9% Macaco-Pregos-de-Azara; 3,2%, Tamanduás-Bandeiras; 3,2% onças-pintadas; 2,6%, bicudos e 2,1%, queixadas. O relatório tem dados do MapBiomas, que reforçam a vulnerabilidade do bioma, com a crise hídrica e as queimadas. O documento ressalta que “em 2024, não houve a esperada cheia e os incêndios começaram mais cedo do que o previsto”.
Fogo já consumiu 70% do total queimado em 2020 5j371v
Desde o início do ano o fogo já consumiu 2,6 milhões de hectares no Pantanal. “Chegamos ao marco de 70% do total queimado em 2020, que foi histórico”, diz Leonardo Gomes, do Instituto SOS Pantanal. Naquele ano morreram 16 952 milhões de vertebrados. “Mesmo com esse histórico, o estado travou a suplementação dos animais, o que poderia diminuir o grande estresse que estão ando.” Procurada pela VEJA, a assessoria do Ministério Público ainda não havia analisado a resposta da Secretaria do Meio Ambiente de Mato Grosso.
O estado é o que mantém o maior número de focos, com 933, seguido do estado do Pará, onde há 415. Nas últimas 24 horas foram registrados 28 pontos de fogo em todo Pantanal. A queda nas temperaturas, assim como a diminuição dos ventos, diminuíram a intensidade dos incêndios –situação que deve mudar com a perspectiva do aumento da temperatura nos próximos dias.
Ranking de incêndios nas últimas 24 horas, por biomas: 4y6h2t
- Amazônia 1.558
- Cerrado 811;
- Caatinga 188;
- Mata Atlântica 168;
- Pantanal 28;
- Pampa 5.